Juiz: sigilo em uso de cartão é inconstitucional



Quarta, 6 de fevereiro de 2008, 20h22 Atualizada às 20h38

O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Walter Nunes, afirmou que a Constituição é clara quando estabelece o princípio da publicidade de acesso às informações sobre gastos públicos. Por esse motivo, Nunes defende que o sigilo com relação ao uso do cartão corporativo é inconstitucional.


"Eu vejo fundamentos normativos constantes da Constituição que dão pleno respaldo no sentido de que essa execução e a utilização desses cartões não está acobertada por sigilo", defende, completando que "é um (caso de) inconstitucionalidade porque a garantia de acesso aos atos administrativos está na Constituição, em dois grandes momentos, não só na parte que disciplina a administração pública, mas também catalogado como direito fundamental".

Ele diz, ainda, que a posição da Ajufe, não apenas sobre o caso dos cartões, mas sobre qualquer execução financeira do governo, é que todos estes atos devem ser transparentes. Nunes também ressalta a participação da entidade na Frente de Combate à Corrupção.

Sobre a punição dos possíveis culpados por usar irregularmente os cartões, Walter Nunes acredita em abertura de processo criminal. "Nós temos diversos níveis de apuração da questão. Um desvio funcional no uso do cartão corporativo caracteriza improbidade administrativa, que entre as ações está a devolução do recurso financeiro, a perda do cargo e dos direitos políticos e multa administrativa. A despeito dessas ações que são na esfera cível, ainda há a criminal, que comporta também a prisão e multa", defende Nunes.

Esta também é a posição do presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares. De acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, questões de segurança justificam a razão do sigilo dos gastos efetuados em residências oficiais.
Agência Brasil
Antes que os lulistas comecem a esbravejar, é bom lembrar que esta é uma OPINIÃO e não uma decisão judicial. Lulista tem dificuldade em entender como funciona a democracia.

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