Não vejo anjos na terra - II

GAZETA MERCANTIL

- Depois de um silêncio monástico, o ex-presidente Itamar Franco fala abertamente sobre os anos em que governou o Brasil. E diz muito.

Revela, por exemplo, aquilo que ele próprio afirma ter sido um erro grave e que se relaciona ao também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem chancelou como sucessor.

"Ele já não era mais ministro (da Fazenda) e, mesmo assim, assinou cédula (de real).

É a primeira vez que estou revelando. Isso é grave porque só poderia ter assinado a cédula o ministro Ricupero ( "o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde").

"Ele sabia que sem o autógrafo, sem ele na cédula do real, não ganharia (a eleição)", reforça.

Além de afirmar que se arrepende de ter escolhido FHC como candidato a presidente, minimiza o papel do sucessor na condução do Plano Real ao mesmo tempo em que reivindica para si a condição de protagonista no lançamento da moeda.

Para mim Itamar Franco é um político honesto.

Porém sei que ele não é um anjo, é um homem.

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