Para não passar em brancas nuvens

O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse nesta quarta-feira em depoimento à CPI dos cartões corporativos que seu órgão está apurando gastos irregulares com alimentação de servidores públicos. Hage disse ter a impressão de haver “coisa muito pior” que a polêmica compra de uma tapioca pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva.

CGU desmente oposição e imprensa

A declaração do ministro da CGU foi feita quando classificou como “preconceito” a polêmica gerada pela compra da tapioca – um gênero alimentício típico das regiões Norte e Nordeste. Para Jorge Hage, se fosse um hambúrguer da cadeia McDonald’s não haveria tanta repercussão.

"Acho que, se fosse um sanduíche ou um cheeseburguer, não teria acontecido isso", disse o ministro.

“O problema da tapioca é que foi em Brasília. Em Brasília não pode, porque despesa de alimentação sem ser em viagem não pode. Temos impressão que vamos achar coisas muito piores que uma tapioca, estamos fazendo este trabalho”. Jorge Hage ressaltou que a CGU já tomou providências em relação aos três casos de ministros flagrados em irregularidades com cartões.

“A auditoria referente ao ministro Altemir Gregolin foi concluída e apresentada. O que se encontrou de efetivo foi uma despesa de R$ 512,60 relativo ao pagamento de uma churrascaria onde recebeu uma delegação estrangeira. Acho esse tipo de recepção razoável, ocorre que não há base legal clara que autorizasse essa despesa e determinamos a devolução”, citou o ministro da CGU, acrescentando que Gregolin já devolveu os R$ 512,60 e mais R$ 26 feitas num restaurante de Brasília, de cuja nota fiscal constavam duas pessoas, porque o ministro só poderia custear gastos individuais. “Pedimos que devolvesse a metade e ele devolveu todo o dinheiro”.

No caso da ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, Jorge Hage observou que “a CGU concluiu o trabalho entendendo que do total despesas realizadas uma parte também deveria ser ressarcida porque não representavam despesas claramente elegíveis”.

“Sobre uma outra parte foi dado prazo 30 dias para a ex-ministra apresentar justificativas satisfatórias. O valor do recolhimento imediato foi R$ 2.815 mais R$ 104, já devolvidos. Outra parcela de R$ 19.245 mais R$ 240, relativos a horas extras de motoristas pagas a locadoras de veículos, não foram justificados até agora. Ela tem 30 dias para justificar ou devolver o dinheiro”, relatou.

Já o processo do ministro do Esporte, Orlando Silva, ainda não foi concluído. Conforme disse Jorge hage, todos os processos concluídos foram encaminhados ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público para a análise de providências adicionais.

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