Ouvi de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mediante o compromisso de não revelar a identidade deles, que virou "deboche" o comportamento de Lula em viagens pelo país carregando debaixo do braço a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, para lançar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Contrariando a lei, Lula faz campanha aberta desde já para emplacar Dilma como candidata à sua sucessão e só não vê isso quem não quer", observou um dos ministros.
Pelo menos até aqui, o cúmulo do deboche foi alcançado ontem, em Manaus. A certa altura do seu discurso, como tem feito por onde passa, Lula repetiu:
- Vou eleger meu sucessor.
Aí a claque organizada, dessas que políticos costumam financiar para aplaudi-los "espontâneamente", começou a berrar:
- Dilma, Dilma, Dilma...
Lula então se fez de inocente:
- Esses atos estão ficando complicados para a presença do presidente, porque esses atos a gente não pode transformar eles num ato de campanha. É um ato oficial, é um ato institucional. Aqui é o lançamento e a assinatura de contratos do governo federal. Vocês viram que eu, por cuidado, não citei nomes. Vocês é que, de enxeridos, gritaram nomes aí. Eu não citei nomes.
A claque dos enxeridos voltou a berrar:
- Dilma, Dilma, Dilma...
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só poderá se pronunciar a respeito da conduta de Lula se for provocado. Se for e caso se pronuncie, isso não quer dizer que a maioria dos seus ministros compartilhará do mesmo entendimento dos dois ministros ouvidos por este blog.
De todo modo, o que espanta é a inércia geral - particularmente da oposição e do Ministério Público - diante de uma conduta que pode ser caracterizada como afronta às leis e aos bons costumes.
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