Uma investigação conduzida na Suíça e em outros países europeus, mas discretamente registrada - para dizer melhor, escondida - na mídia brasileira, dá conta de que a Alstom, uma grande fornecedora de equipamentos pesados, pagou entre 1993 e 2005, outros penduricalhos entre, uma comissão de US$ 8,6 milhões na operação de venda de trens para o metrô de São Paulo.
Como o PSDB governa o Estado há 13,5 anos essa suposta irregularidade tem DNA tucano.
Por isso, muito provavelmente, a relutância da imprensa em entrar na história.
Já se fosse de um governo do PT...
As notícias a respeito, inclusive as de hoje - de que o Ministério Público paulista vai apurar o caso no Estado e a Polícia Federal investiga em Brasília - só saíram depois que o ombudsman da Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, no quadro "Onde o jornal foi bem" e "Onde foi mal" de sua análise dominical, cobra que a Folha (nesse caso Alstom/metrô) fez uma "cobertura tímida e acanhada de suspeitas graves contra o governo do Estado de São Paulo".
Também em sua coluna dominical, publicada na Folha e em O Globo, dentre outros, o jornalista Elio Gaspari deu mais detalhes sobre o assunto. Ele lembra que "noutro caso, revelado pelo presidente do Grupo Anticorrupção da OCDE ao repórter Assis Moreira, houve outra dentada em São Paulo em 2005. O dinheiro dessa comissão iria para uma caixa de partido. As primeiras informações mencionavam "um intermediário de um político" na mordida tomada pela Alstom."
Nesse ponto Elio Gaspari cita que "mandarins" da fornecedora circulavam em São Paulo, "conduzidos" algumas vezes pelo empresário José Américo Pinto Ramos, identificado pela revista U.S.News & World Report como "assessor do presidente FHC". E rebate Elio Gaspari: "Mentira, Pinto Ramos era amigo fraterno de Sérgio Motta, chefe da campanha de FHC e seu ministro de Comunicações até morrer, em 1998".
E ainda tem gente que diz: a imprensa no BRasil é imparcial.
ResponderExcluirQuem afirma isto, come no cocho ou é cego.