De Expedito Filho, na VEJA:
O empreiteiro Zuleido Veras, dono da empreiteira Gautama, foi flagrado pela Operação Navalha, desencadeada pela Polícia Federal em maio de 2007, no comando de uma quadrilha de assaltantes de verbas públicas. Na ocasião, a PF apreendeu milhares de documentos na sede da empreiteira, entre eles, as agendas que listavam os compromissos de Zuleido. O material, anexado à denúncia contra os envolvidos, estava protegido por segredo de justiça. VEJA revela agora seu conteúdo com exclusividade. As agendas mostram a desenvoltura com que o empreiteiro circulava nas camadas mais altas do poder, tanto em Brasília quanto nos estados com os quais mantinha negócios.
Uma das novidades é a citação freqüente do nome da senadora Roseana Sarney, candidata ao governo do Maranhão pelo PMDB. A parlamentar é apontada como beneficiária de dinheiro supostamente pertencente ao empreiteiro. A senadora não aparece no rol de indiciados pela Polícia Federal e nem consta da denúncia do Ministério Público, feita no mês passado, contra 61 envolvidos no esquema de Zuleido, entre eles o ex-ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e os governadores Teotônio Vilela Filho, do PSDB de Alagoas, e Jackson Lago, do Maranhão.
Em uma das anotações, datada do dia 16 de agosto de 2006, em plena campanha eleitoral, o nome de Roseana aparece associado à quantia de 200.000 reais. Em outra anotação, o empreiteiro relaciona doações que seriam destinados a estados e cidades. Roseana diz que não recebeu nenhum ajuda de Zuleido na campanha de 2006. “Pelo contrário, ele ajudou muito meu adversário na campanha”, afirmou a líder do governo.
O raio de ação de Zuleido, segundo as anotações, era imenso. Em 14 de julho de 2006, sob a rubrica “campanha política”, o estado do Maranhão aparece como recebedor de 1 milhão de reais; Alagoas, de 500.000; e Tocantins, de 200.000. Pernambuco ficaria com 2% de uma quantia não especificada. O estado de Sergipe é citado juntamente com o nome do deputado Albano Franco (PSDB-SE). Ao lado de Rio de Janeiro, está o nome de Sérgio Cabral (PMDB), então candidato ao governo, seguido de um sinal de interrogação. O nome “Lula” também consta da agenda, na mesma data, ao lado de uma interrogação.
A corrupção anda solta. Todo mundo roubando, gente do PT, do PSDB, do PMDB etc. E tem gente defendendo este estado de coisas.
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