Conspiração?

Acossada por denúncias de corrupção em seu governo, a governadora Yeda Crusius (PSDB) jogou lenha federal na fogueira que arde no Estado do Rio Grande do Sul.

Yeda acha que está sendo vítima de uma conspiração. Enxerga a sombra do ministro petista Tarso Genro (Justiça) por trás do movimento.

Tarso é pai da deputada Luciana Genro (PSOL-RS). Candidata à prefeitura de Porto Alegre, Luciana protocolou, na semana passada um pedido de impeachment de Yeda.

Tarso é, também, chefe e amigo do delegado Ildo Gasparetto, mandachuva da Polícia Federal gaúcha, que investiga as malfeitorias que roem a administração estadual.

Todos eles –o ministro, a filha dele e o delegado— são originários, diz a governadora, da cidade de Santa Maria (RS). Yeda inquieta-se:

"Será que isso é coincidência? Será que é só porque todo mundo da investigação é de Santa Maria?"

As suspeitas da governadora tucana foram veiculadas na última edição de Veja (só para assinantes). Neste domingo, o gaúcho Tarso Genro reagiu.

“A governadora se mostra excessivamente tensa e instável (...) Os alvos que ela tem buscado atingir são equivocados”, disse o ministro.

Tarso negou que o delegado Gasparetto seja de Santa Maria. E deu de ombros para a tese conspiratória: “A Polícia Federal age dentro da legalidade.”

A menos que Yeda Crusius apresente à platéia algo além de vagas suspeitas, fica no ar a impressão de que a lenha da governadora visa levantar uma cortina de fumaça.

De concreto, tem-se, por ora, apenas as malfeitorias. As do Detran (R$ 44 milhões de desvios), já identificadas. E tantas outras, ainda sob apuração.

Yeda argumenta que as arcas do Detran começaram a ser violadas na gestão do antecessor Germano Rigotto (PMDB-RS). Tem razão. Mas só até certo ponto.

A apuração da Polícia Federal e do Ministério Público verificou que, de fato, os desvios começaram em 2003. Mas continuaram, a pleno vapor, depois da posse de Yeda, em 2006.

De resto, o único “conspirador” gaúcho conhecido é Paulo Feijó (DEMO), o vice-governador de Yeda. Gravou e divulgou conversa comprometedora com o ex-chefe da Casa Civil Cezar Busatto.

Uma gravação que deixou evidente o rateio que Yeda fez de empresas e autarquias gaúchas entre os partidos que lhe dão suporte na Assembléia Legislativa.

A fita do vice Feijó produziu a instalação de uma força tarefa do Ministério Público.

Novas investigações.

Que levarão a outras perversões.

Haja conspiração!

Quando a PF investiga e acusa alguém do PT ou da base aliada do governo, os tucademos dizem que ela é republicana e está cumprindo rigorosamente o seu dever.

Quando acusa alguém ou alguma empresa ligada ao PIG, tucademos, PPS e cia é perseguição política. E ainda pedem a expulsão de que mostrou as prova do partido (DEMO)

Triste.

Um comentário:

  1. Mas ela esquece que quem a dedurou foi o seu chefe da casa civil.

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