De Bob Fernandes no site Terra Magazine:
Sob o comando do delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, a Operação Satiagraha cumpriu hoje 24 mandados de prisão e 56 ordens de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e em Brasília. Foram presos na manhã desta terça-feira o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, sua mulher, Maria Alice, a irmã Verônica, o ex-cunhado e dirigente do grupo, Carlos Rodenburg; o também diretor Arthur de Carvalho, o presidente do grupo, Dório Ferman, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o especulador Naji Nahas são outros dos presos.
Dantas foi para uma cela do DPF também pela tentativa de corrupção do delegado Vitor Hugo. Peça central nas investigações, o hard disc (HD) com informações sobre o Opportunity-Fund, de atuação ilegal, na Ilhas Cayman.
A investigação do delegado Protógenes Queiróz chegou aos discos a partir do caso conhecido como "mensalão".
Entenda-se, uma vez que desinformados e desinformadas de vários matizes na praça já excitam-se com "a volta do mensalão".
Não, não é uma investigação que esbarra em maracutaias do "mensalão". É uma devassa que chega a bem antes. Há algo muito maior, muito mais profundo e poderoso do que o mensalão. Que viceja, brota gloriosamente em meio à privatização do sistema Telebras, embora pensado antes ainda.
Não, não é coisa de pés-rapados, adoradores de penosas, de pobres-diabos que recebem o "por fora" no guichê do Banco Rural - do Brasília Shopping. É fato inédito na história dos crimes financeiros. É coisa de uns 2 bilhões. De dólares. É coisa de quem montou, geriu, operou o Sistema.
Sigamos.
O juiz do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, o que sapecou a "formação de quadrilha" no caso Mensalão, por solicitação do procurador geral, Antonio Fernando de Souza, passou o conjunto de informações aos procuradores regionais, para apuração, já que nenhum dos envolvidos tinha foro privilegiado. Na Segunda Vara Criminal Federal em São Paulo teve início o processo.
Investigava-se, a princípio, se pessoas ou empresas se beneficiaram do esquema de Marcos Valério. Dali, o processo desdobrou-se. Foi encaminhado também para a Sexta Vara e o imenso novelo começou a ser desvelado.
As cópias do HD do Opportunity foram encaminhadas para a verificação de crimes financeiros. O internauta atento há de se lembrar que o agora famoso HD surge nessa novela em 2004, no rastro da Operação Chacal, que investigou e indiciou Dantas, os seus e a multinacional Kroll por espionagem contra empresarios, autoridades e jornalistas - que, assegura Terra Magazine, têm sido sistematicamente espionados.
A Polícia Federal percebeu a existência de indícios de ilegalidade contra o Sistema Financeiro, num rol de crimes que percorrem quase a integralidade da Lei 7.492/76, de Crime contra o Sistema Financeiro. O fato foi comunicado à Juiza da 2ª Vara Federal, que determinou a redistribuição para a Sexta Vara.
Uma outra representação requereu quebra do sigilo de comunicações de Internet e telefone com vigilância pessoal, eletrônica, fotografia, filmagem, geo-referenciamento, sempre em segredo de Justiça.
Em Julho de 2007 nova representação: a PF pediu mais uma quebra de sigilo, desta vez de dados e interceptação de ligações telefônicas que complementassem o que estava no HD apreendido em 2004.
No enclave de informações, a operação comandada por Protógenes Queiroz esbarrou no que chama de grande organização criminosa, que chegava ao requinte de desenhar as suas ações ilícitas de acordo com planos e metas planejadas no passado. O volume de informações do HD era de 120 Gb.
O delegado detectou uma grande organização criminosa a operar no País e esta ORCRIM chegava a programar o próprio futuro. Tabelas nesse sentido foram encontradas com os próprios arquitetos dessa grandiosa obra.
A investigação mapeia os laços entre aqueles que a PF chama de "capos", Daniel e Naji Nahas, e a conexão entre ambos; nasce daí a segunda organização chefiada por Nahas e ambas atuam em simbiose. Na prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Apurou a equipe comandada pelo delegado que a miríade de empresas do grupo seriam em sua maioria de fachada e laranjas operadas por testas de ferro. De parte de Naji Nahas havia escalões abaixo um destinatário de dinheiro, quase sempre em espécie: o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta.
A propósito, em conversas gravadas com autorização judicial, Nahas e assemelhados referem-se a Pitta como "Jabuticaba" ou o "maluquinho". Vez por outra o doleiro Lúcio Bolonha Funaro alterna com Pitta o epíteto maluquinho. Certos diálogos estarão para todo o sempre nas crônicas do crime à brasileira.
Semanalmente, às vezes diariamente segundo a PF, o "Jabuticaba" - leia-se o ex-prefeito da maior cidade da América do Sul- pede dinheiro a Naji Nahas e outros menos votados: 40 mil num dia, 50 mil no outro, buscados no escritório de Nahas ou de um certo Carmine Henrique.
Em alguns dos diálogos, é de dar dó, provocar lágrimas, a penúria do pobre ex-prefeito. Há coisas que, como se diz, só existem no Brasil. Jabuticaba é uma delas. No caso, ao menos quanto ao estilo.
Leia mais em: Celso Pitta recebeu dinheiro vivo de Naji Nahas
Espero que Dantas abra o bico e todos os envolvidos, sejam que que governo e de que partido forme sejam colocados em seu justo lugar, ou seja na cadeia.
Tomara mesmo! Só assim saberemos quem é quem nesse mar de lamas.
ResponderExcluirQUEREM ACABAR COM A ROUBALHEIRA? PRENDAM O LULA, CUJO FILHO É TESTA DE FERRO PARA ENRIQUECE-LOS.
ResponderExcluirO RESTO VEM POR CONTA, TODA CAMBADA.
S´S ISSO. DÁ-LHES FORÇAS ARMADAS, CHEGOU A HORA!!! O POVO ESTA ESPERANDO.