Enviado por Ricardo Noblat -
Comentário
Como concluir se o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz pediu ou não dispensa da função de chefe das investigações que na semana passada culminaram com a prisão do banqueiro Daniel Dantas?
Os superiores dele liberaram menos de cinco minutos da gravação de uma reunião de mais de três horas que tiveram no início desta semana com Queiroz. E naturalmente editaram os cinco minutos.
Há passagens da gravação incompreensíveis. Há uma onde Queiroz se dispõe a passar o trabalho para um dos seus colegas e outra onde afirma que pretende ficar à frente das investigações até o fim.
Curioso: a Polícia Federal deu razão aos que a criticam por selecionar e editar trechos de diálogos captados por meio de grampos autorizados pela Justiça. Foi o que ela fez - e dessa vez contra ela mesma.
Por tudo que foi divulgado até aqui, o governo pretendia, sim, afastar Queiroz das investigações. Acha que ele cometeu erros na sua condução. Lula concordou com o afastamento de Queiroz.
Uma vez que o anúncio da saída de Queiroz e dos seus auxiliares pegou mal para o governo, muito mal, o governo recuou. Lula tirou o dele da reta - como de costume. Só ainda não se sabe o que Queiroz fará.
Se decidir largar as investigações ficará mal na foto - e deixará o governo bem. Se decidir continuar comandando as investigações contará com toda a má vontade possível do governo e dos seus chefes.
Agora todo o mundo critica o delegado. O governo e a oposição. Para mim o delegado mexeu numa caixa de marimbondos. Tá todo o mundo com o rabo preso.
O delegado tem a obrigação moral de permanecer no caso.
ResponderExcluirNeuto Jucá
ResponderExcluirA chefia dele tem obrigação moral de não autorizar o afastamento.
O caso é que não acredito que o delegado estaje sendo afastado por vontade própria.
O interesse do governo e da oposição é que este caso seja abafado.
O interesse do povo é que os podres sejam revelados.
Mas tudo vai acabar em pizza.