Juros estratosféricos

Revela-se que, em julho, a taxa média dos juros bancários elevou-se de 49,1% para 51,4%, o que mostra o real patamar dos custos financeiros no Brasil para pessoas jurídicas e pessoas físicas.

Os juros bancários não atingiam tal nível desde janeiro de 2007.

Não obstante, o volume total de crédito na economia atingiu 37% do PIB (Produto Interno Bruto), nível alto para a realidade brasileira, mas considerado baixo pelos especialistas (nos Estados Unidos, o volume de crédito corresponde a 120% do PIB).

Os 37% do PIB representam uma soma muito alta: R$ 1,086 trilhão, algo que só havia sido registrado em janeiro de 1995, quando as operações financeiras correspondiam a 36,8% do PIB. Há coisas que só acontecem no Brasil.

A taxa de juros do cheque especial, entre junho e julho, ficou entre 159,1% a 162,7%, um verdadeiro assalto, que nos faz lembrar a frase de um famoso teatrólogo alemão (Bertold Bretch): ´O que é um assalto a um banco diante de um banco?´

Não poucos economistas temem que o Brasil possa vir a experimentar a mesma crise que os Estados Unidos viveram com a falta de garantias que implodiu o seu crédito imobiliário.

A diferença é que a crise aqui chegaria através das prodigalidades concedidas no financiamento de automóveis.

Os juros nessa linha de crédito aumentaram de 31,1% para 33,5% ao ano.

Acontece que estão dando financiamento de 90 meses para comprar um carro, sem a preocupação de exigir garantias.

Na primeira recessão que a economia brasileira experimentar se vão os empregos e o dinheiro para pagar os empréstimos.

Tarcísio Holanda

Nenhum comentário:

Postar um comentário