Interessante coluna de Luiz Carlos Azedo, publicada domingo pelo Correio Braziliense. Ele dá uma passada de olhos pelas campanhas em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Recife e conclui que a oposição está em apuros.
Sao Paulo:
Pré-candidato a presidente da República, o governador tucano José Serra deu um tiro no pé ao entrar de cabeça na campanha pela reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM) contra o candidato do PSDB, Geraldo alckmin. Não só porque arrumou um forte e eterno adversário dentro de seu partido, como também porque abriu o flanco para o crescimento de Marta Suplicy (PT) -- constatado nas pesquisas eleitorais -- e, consequentemente, para o fortalecimento do presidente Lula.
Belo Horizonte:
Outro pré-candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, também acertou um tiro n'água. Juntou-se com uma ala do PT -- capitaneada pelo prefeito Fernando Pimentel -- para apoiar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB), passando a impressão de que, juntos, ganhariam de lavada. Mas quem está à frente nas pesquisas é a comunista Jô Moraes (PCdoB), com o discreto apoio dos ministros petistas Luiz Dulci (secretário-geral da Presidência) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e do vice-presidente da República, José Alencar (PRB).
Rio de Janeiro:
Lula também fez sua aposta arriscada, apoiando o bispo Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Edir Macedo. Mas, por enquanto, está-se saindo bem. Segundo o último Ibope, Crivella cresce nas intenções de voto do carioca. Mas, mesmo que acabe caindo, Lula ainda poderá se bandear para Eduardo Paes (PMDB), Jandira Feghalli (PCdoB) e Alessandro Molon (PT), enquanto Solange não leva pinta de que se sairá vitoriosa.
Recife:
Para complicar a vida da oposição, o candidato do PT a prefeito de Recife, João da Costa, segundo o Ibope, ultrapassou o ex-governador José Mendonça Filho (DEM). Cadoca (PSC), que tem apoio de outro oposicionista, o PPS, caiu de 22% para 20%. E Raul Henry, apoiado por Jarbas Vasconcellos, da ala oposicionista do PMDB, também caiu um ponto percentual (está com 7%).
Azedo constata que, por essas e outras, o presidente Lula sentiu o cheiro de animal ferido e, como um predador, resolveu participar da campanha dos aliados já no primeiro turno.
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