Houve uma mudança percetpível na posição do governo frente à Operação Satiagraha.
O que se tinha até dois dias atrás?
Um processo de fritura de Paulo Lacerda, comandado por Nelson Jobim, Gilmar Mendes. O governo acabava participando pela omissão: ao não desmentir a fritura, ajudava a colocar óleo fervente no caldeirão, típico jogo florentino.
A mídia levantava balão em cima de balão.
Essa investigação envolve procuradores, juízes, equipes da Polícia Federal.
É evidente que esse clima visava criar uma situação de desmonte irreversível da Satiagraha e de quebra do ânimo de todos os funcionários envolvidos na apuração.
O que se tem concretamente agora?
A convocação de uma reunião no Palácio, pelo próprio presidente da República, entendendo que o silêncio em relação aos balões de ensaio precisava ser revertido, pois estava alimentando desconfianças inclusive em sua própria tropa.
A posição oficial dos Ministros Tarso Genro e Dilma Rousseff, de que não haverá contemporização.
A entrevista do presidente da República à TV Brasil, desmonta a operação de fritura de Paulo Lacerda. Ou seja, mudou completamente a ênfase do governo na Satiagraha.
Toda aquela onda que se avolumava, condicionando o discurso público a críticas à suposta proliferação de grampos oficiais, aos supostos abusos da ABIN, à fritura de Paulo Lacerda, não terá mais o silêncio do governo como combustível.
A pauta mudou.
Mudou a estratégia do governo.
Seu silêncio deixou de ser interpretado como aval tácito à implosão da Satiagraha.
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