Livrando a cara de Serra
A televisão tudo fez para não mostrar a crise de autoridade do governo de São Paulo, cujos policiais trocaram tiros diante do palácio governamental, por melhores salários. Muito menos quis exibir a incompetência de sua Polícia na solução do seqüestro da adolescente. Transformou o seqüestro e morte daquela adolescente em novela cujos capítulos se repetiam, a cada instante, com monótona regularidade.
Final feliz
E agora a TV fala de “final feliz”, só não o atribuindo diretamente ao governador. O final feliz residiu na doação de órgãos da adolescente a oito pessoas deles carentes. Devia, além de elogiar Serra e seu governo, fazer o mesmo com o seqüestrador. A ele devemos este final feliz de que fala a televisão. Se não houvesse assassinado, friamente, a ex-namorada, não teria possibilitado a doação de seus órgãos. Palmas que ele merece, parece dizer a TV.
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