Todo mundo pode errar. Errar com a vida de pessoas é muito mais grave. Mas há atenuantes. A polícia pode ter errado sob pressão. Pressão de quem? Do governador José Serra? Do secretário de Segurança? Do comando da PM?
Mandar a menina Nayara de volta ao local do crime é um absurdo em qualquer circunstância. Ela tem 15 anos de idade. Estava fora de perigo e foi submetida novamente ao perigo. Tomou um tiro no rosto. Poderia ter morrido.
A repórter Neide Duarte, da TV Globo, ouviu a mãe de Nayara. Que disse que não autorizou a menina a voltar ao local do crime. Segundo ela, o pai também não autorizou. Aliás, como bem notou Eduardo Guimarães, esconderam o depoimento do pai, que chegou a ser expulso do local onde os negociadores se concentravam.
A polícia ter mandado a menina voltar ao local do crime é, em si, um crime. Mesmo que os pais tivessem autorizado. Ela não tinha nada o que fazer lá. Nem levar microfone, nem levar comida. Já ouvi a alegação de que Nayara teria agido por conta própria e tomado a iniciativa de entrar no apartamento. Por ser menor, não tem o discernimento necessário para tomar uma decisão dessas, se foi de fato o caso.
Infelizmente não podemos contar com a mídia paulista para fazer uma cobertura isenta e cobrar responsabilidades.
A mídia paulista está a serviço de um projeto político e econômico. Como ficou claro nos ataques a Geraldo Alckmin, vai bater em tudo o que estiver no caminho desse projeto político e econômico. E vai proteger todos aqueles que estiverem a serviço desse projeto político e econômico.
Graças à internet, no entanto, essa rede de "promoção e proteção" pode ser furada.
Já que o ex-governador, eterno candidato a presidente, excelente economista e palpiteiro de plantão disse que a operação do GATE foi correta, vamos aos números: dos três que estavam no apartamento, uma está morta, uma salvou-se por milagre e um saiu ileso. 33,3% de fracasso; 66,6% de sucesso. Aprovada. Quem discordar é oportunista que quer tirar proveito eleitoral. E sem dúvida Lindemberg é petista.
ResponderExcluirUm ex-comandante da PM, entrevistado hoje cedo no programa da Ana Maria Braga, disse que a maior parte das operações policiais desse tipo têm êxito. Pode ser, mas, nos casos mais que mais comoveram a opinião pública, para usar um chavão policial, a policia “não logrou êxito”: o caso Adriana Caringi, em 1990, em São Paulo; o da professora Geisa Firmino, em 2001, no Rio e no atual caso Eloá. Foram três exemplos cabais de má execução, violência desnecessária e, no último, até de vacilo das autoridades superiores na hora de decidir pela ação. Coube a um brasileiro que trabalha na Swat fazer as principais críticas à operação. O seu depoimento foi feito no Fantástico e repetido no programa da Ana Maria. Está certo ele: se existem batalhões de elite eles precisam ser usados de forma adequada e no momento oportuno. Para arrombar barraco e dar porrada em vagabundo podem ser usados quaisquer policiais, até mesmo esses funcionários de prefeituras cedidos à polícia.
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