Bom Negócios da Família Lua da Silva

Por Jorge Serrão

O mais bem informado apedeuta do mundo global recebeu ontem, em plenas férias em Aratu, uma das informações que aguardava com ansiedade. O chefão Lula da Silva comemorou o anúncio de que a Oi adquiriu, finalmente, o controle acionário da Brasil Telecom Participações e da Brasil Telecom S.A.. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, lhe comunicou a boa notícia pelo celular via satélite.

O negócio fechado fez a alegria de gente muito próxima e familiar a Lula. Faturou alto quem tinha ações pulverizadas da empresa comprada (a BrT). Sorte de quem acrescentou alguns milhões à sua fortuna pessoal em franco crescimento. Também vibrou com o negócio o investidor Daniel Valente Dantas. Até a conclusão de toda a operação, DVD deve faturar cerca de R$ 1 bilhão ao se desfazer das ações da BrT.

A Oi informou que, no prazo de 30 dias, submeterá à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) os requerimentos de registro para uma oferta pública de aquisição de ações com direito a voto de propriedade dos acionistas minoritários da Brasil Telecom Participações e da Brasil Telecom. Nesta fase,
os amigos do Planalto vão ganhar mais dinheiro.

A Oi projeta que, com as ofertas públicas para adquirir as ações em circulação no mercado, o valor total do negócio pode chegar a algo em torno de R$ 13 bilhões de reais. Número mais cabalístico - e de sorte para os ganhadores da operação - impossível. Ontem, a Oi finalmente acertou a transação de fusão com a BrT ao efetuar o pagamento de R$ 5,371 bilhões de reais.

O valor equivale ao preço acordado no contrato de compra e venda, de R$ 5,863 bilhões de reais, atualizado pela variação da taxa média do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), deduzido da dívida líquida da Invitel S.A. (R$ 998 milhões de reais). A Invitel é uma das empresas da cadeia societária da Brasil Telecom.

Na transação realizada ontem, a Oi tornou-se titular, indiretamente, de 81.092.986 ações ordinárias de emissão da Brasil Telecom Participações. Isto representa 61,2 por cento do capital votante da empresa. O preço pago por ação foi de R$ 77,04 reais.

Negócio futuro
Nada impede que a tele nacional resultante da compra da Brasil Telecom pela Oi seja vendida a estrangeiros após sua constituição.
Nem o decreto presidencial que permitiu o negócio nem os acordos de acionistas proíbem que um grupo estrangeiro de fora da telefonia fixa do País adquira a nova empresa.
É só
esperar a poeira do negócio baixar para, daqui a um ou alguns anos, o negócio se formalizar.

Quase estatal
A BNDESPar - braço de participações do BNDES - deterá 34% da nova empresa Oi-BrT.
Seus controladores são os grupos La Fonte e Andrade Gutierres, junto com o BNDES.
A formação da supertele um terço estatal, que fica prontinha para ser assimilada por uma transnacional, só foi possível depois da aprovação do novo Plano Geral de Outorgas (PGO), que permitiu a atuação de uma mesma empresa em duas regiões.
O decreto presidencial com a nova legislação foi publicado em 21 de novembro.

[Toda a origem do negócio foi um investimento feito pela TELEMAR – atual OI – na GAMECORPS, empresa de fundo de quintal, de propriedade do Lulinha, o filjo dileto do senhor Lula.

A empresa a época do investimento já era uma merreca e agora implodiu – foi criada para uma determinada finalidade e esta foi alcançada.

Para que manter?

Os negócios do fenomenal Lulinha – o pai, o presidente Lula, o considera um fenômeno – agora estão voltados para aquisição de fazendas – a mais recente custou 48 milhões]

Gigante
A supertele, que atuará no Distrito Federal e em 25 estados, terá receita líquida anual de R$ 30 bilhões.
Conforme números fornecidos pela Oi, a nova empresa vai ter cerca de 22,3 milhões de usuários de telefones fixos e 20,2 milhões de clientes de telefonia móvel.
Os assinantes de banda larga chegam a 3,2 milhões de clientes e os de TV por assinatura giram em torno de 600 mil.
[se a nova empresa mantiver a péssima qualidade dos serviços de banda larga, especialmente os prestados no DF, o número de assinantes pode sofrer substancial redução.]

Mais champagne
Lula terá mais um negócio grandioso para comemorar logo mais.
O Banco do Brasil deve anunciar hoje a compra de 49% do capital do Banco Votorantim, da família Ermírio de Moraes.
Em novembro, graças a um bom acordo com o tucano José Serra, o BB já faturou a Nossa Caixa do governo paulista.
Viva o governo que faz bons negócios e acertos...

Um comentário:

  1. A mídia vive falando que o filho do Lula lucrou uma merreca com a Telemar. Quanto lucraram, porém, os empresários Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez e Carlos Jereissati, da La Fonte com a nova empresa Oi, que só se tornou viável com o apoio do BNDES? Será que a mídia não está sendo tendenciosa falando só no possível presente recebido pelo Lulinha? Adjetivar nossa mídia é algo inócuo: os piores adjetivos do dicionário seriam ainda um elogio. Dizem que o “governo” editou uma lei “sob medida” para possibilitar a formação da Oi. Até onde se sabe, quem edita leis é o Congresso, não o governo. Se não houvesse interesse do Legislativo na mudança da lei ela não passaria. Será que a família Jereissati e a família Gutierrez não têm bom trânsito no Congresso? Ora... Deve ter muita gente mamando nas tetas dessa Oi. Na mídia formaram-se dois blocos: o dos pró (a maioria) e o dos contra (Mino Carta, Luis Nassif, Paulo Henrique Amorim). Na verdade, mídia é comunicação e não seria nada de mais que qualquer grupo da nossa mídia adquirisse a nova empresa. Toda a mídia tinha e tem interesse no negócio. Não é por patriotismo, ou nacionalismo, que borram tantas páginas de papel imprensa. Falam ainda que apesar do esforço do governo em criar uma empresa nacional no setor, nada impede que ela seja vendida para estrangeiros. De fato, isso pode ocorrer com a quase totalidade das empresas nacionais. Não há lei que o impeça. A batalha não acabou. A urubuzada continuará a dar em cima da tal Oi.

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