Nem tudo são más noticias. Muito pelo contrário

A queda do PIB industrial no último trimestre de 2008, e com certeza do próprio PIB nacional, inclusive agora, primeiro trimestre desse 2009, sinaliza que chegou a hora de reduzir e muito os juros - no mínimo 2,5% - e a começar já, nos próximos meses.

Mas nem tudo são más notícias. O dólar cai, a bolsa sobe, os preços das commodities se estabilizam, o plano econômico de Barack Obama - o presidente Democrata a ser empossado no próximo dia 20 nos Estados Unidos - traz de volta investidores e as medidas do governo Lula começam a surtir efeito.

A questão continua sendo: qual o caminho que vamos percorrer?

O da oposição, com São Paulo à frente (leia abaixo a nota "Não deu outra: Kassab, um demo fiel ao script"), cortando investimentos e gastos, paralisando obras, aceitando a recessão como um mal necessário para sanear o mercado?  

Lógico, aí um saneamento que eles jogam nas nossas costas, feito às custas dos trabalhadores, do pequeno e médio empresário, dos agricultores e dos países emergentes. 

Ou vamos percorrer o caminho do governo Lula, estimulando o investimento e o consumo, reduzindo impostos, aumentando investimentos, desonerando a produção e as exportações, garantindo crédito e capital de giro para a agricultura, as exportações e a construção civil, ao mesmo tempo mantendo os programas e investimentos sociais? 

Vamos ou não tirar proveito da crise?

Mais do que isso a pergunta que não cala e tem que ser respondida é: vamos ou não aproveitar a crise para virar a página, deixar para trás, não a responsabilidade fiscal e monetária, mas os interesses do rentismo e do capital financeiro?

Vamos ou não aproveitá-la para engajar o país num plano de desenvolvimento, relançando nossos projetos nacionais de desenvolvimento industrial e tecnológico nas áreas de alimento, energia, tecnologia da informação, bioquímica e biotecnologia, cibernética e espacial?

Gente, é disso que se trata: se vamos ocupar nosso lugar no mundo, o que ocorrerá se fizermos essa revolução na nossa educação e infraestrutura urbana e econômica.

José Dirceu

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