1. Asilo: Num mundo em mutação constante, em que socialistas viram direitistas em pleno voo, ideologias bem velhinhas vêm morar na América Latina.
Neste domingo, os bolivianos foram às urnas para dizer, em referendo, se aceitam a nova Constituição aprovada sob Evo Morales. O "sim" deve prevalecer.
O texto dá a Evo permissão para reeleger-se. No papel, iça a maioria pobre, de origem indígena, ao primeiro plano da vida institucional.
A oposição apressa-se em apontar "fraude" na votação. Evo Morales exige "respeito". O Brasil, pra variar, pode sair no prejuízo.
Tomada pelo ponto de vista do governo, a nova Constituição é um tratado de boas intenções. Vista pelo lado prático, é o caminho mais longo entre o projeto de país e sua realização.
2. Previsões: Exaustos da própria inutilidade, organismos financeiros internacionais dedicam-se a nova atividade: a lamentação depois do fato.
O FMI está prevendo um 2009 terrível. O Fundo vai rever sua previsão de crescimento do mundo de 2,2% para algo em torno de 1% e 1,5%.
3. Calvário: O vice José Alencar voltou à mesa de cirurgia neste domingo (25). Tenta-se arrancar de seu abdome um novo tumor cancerígeno. A operação pode durar 20 horas.
4. História: Na bica de virar mero verbete de enciclopédia, o ditador cubano Fidel Castro começa a descobrir que a posteridade pode não ser um refúgio seguro.
O ex-guerrilheiro cubano Daniel Alarcón Ramírez, o "Benigno", acusa Fidel de ter traído Che Guevara a mando de Moscou.
Alarcón Ramirez diz que a morte de Che resultou de uma conspiração urdida por Fidel e pela velha União Soviética.
5. 'Uuuuuuuu...': A cidade de São Paulo está fazendo aniversário de 455 anos. Em meio aos festejos, a velha senhora nao consegue esconder algumas de suas rugas.
Na missa comemorativa, um grupo de moradores do centro da cidade postou-se defronte da Catedral da Sé. Gritavam: "O povo na rua, a culpa é do Kassab".
Compõem as 34 famílias que estão prestes a ser desalojadas pela prefeitura de um edifício chamado Mercúrio.
O prefeito 'demo' contornou a algaravia valendo-se de uma entrada lateral da igreja. Na saída, balcucionou meia dúzia de palavras que não permitem antever o destino das famílias que perderão o teto:
"A prioridade do uso dos recursos públicos, de todos aqueles que querem uma cidade melhor, é para que, com suas ações, procurem reduzir desigualdades sociais que ainda existem na cidade".
por Josias de Souza
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