Vítimas de Nosso Descaso




A questão da Palestina realmente tem que nos preocupar e exige de todos uma ação que contribua para o estabelecimento de uma paz duradoura na região. Já são quase 1.000 vidas ceifadas de forma brutal e inútil.
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No entanto, chama a atenção é o descaso de todos os países do mundo, incluindo o Brasil, para o genocídio que vem ocorrendo em Darfur no Sudão.
Numa guerra que já dura anos, mais de 200 mil vidas foram perdidas, também brutal e inutilmente.
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Como escreveu o Dr. Muqtedar Khan na revista Al Jazeera: A democracia norte-americana me deu proteção e a oportunidade de viver como Deus quer que os humanos vivam -- como um ser pensativo, reflexivo e expressivo.
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Vamos portanto refletir e nos expressarmos sobre o genocidio que está ocorrendo em Darfur.
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A imprensa silencia sobre Darfur. O PT não emite nenhuma nota sobre Darfur, Marco Auélio TOP TOP Garcia não fala nada sobre Darfur. Briguilino não protesta nem se manifesta sobre Darfur.
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Será porque são africanos? Será que é por causa da cor de sua pele? Será que é porque se pensa que a vida de um Palestino vale mais do que a vida de um Africano?
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Onde mora o nosso preconceito? Ruy de Governador Valadares escreveu uma vez que nem na África existe um governo tão corrupto quanto o de FHC.
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Quanto preconceito.
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Caros leitores – Não se esqueçam – Africanos também são gente
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Para quem ainda não sabe uma resumo do que está acontecendo em Darfur:
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Entenda a crise de Darfur
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Mais de dois milhões de pessoas vivem em campos de refugiados, depois de terem sido desalojados em mais de três anos de conflito na região de Darfur, no Sudão. Acredita-se que pelo menos 200 mil pessoas já morreram.
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Confira abaixo um resumo sobre o conflito.
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A região
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Darfur é uma província semi-árida, na região oeste do Sudão, que é o maior país do continente. Sozinha, a região é maior do que o território francês.
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O país é dominado por uma população de origem árabe, enquanto em Darfur a maioria é de origem centro-africana, sobretudo nômades e de diversas etnias.
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Existe tensão em Darfur há muitos anos por causa de disputas territoriais e de direitos de pastagem entre os árabes, majoritariamente nômades, e os fazendeiros dos grupos étnicos de Fur, Massaleet e Zagawa.
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Dois grupos rebeldes que se opõem ao governo se uniram, formando o Fronte de Redenção Nacional, liderado pelo ex-governador de Darfur Ahmed Diraige, mesmo havendo diferenças étnicas e políticas entre eles.
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O conflito
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As hostilidades se iniciaram na região árida e pobre em meados de 2003, depois que um grupo rebelde começou a atacar alvos do governo, alegando que a região estava sendo negligenciada pelas autoridades sudanesas em Cartum.
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Estima-se que conflito levou dois milhões a deixarem suas casas
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A retaliação do governo veio na forma de uma campanha de repressão da região, e mais de dois milhões de pessoas deixaram suas casas. Como a maioria das áreas é inacessível para funcionários de organizações humanitárias, é impossível se precisar o número de vítimas.
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Contudo, uma estimativa publicada na revista americana Science, feita com base em áreas às quais se têm acesso, sustenta que “pelo menos 200 mil” já morreram assassinados ou em conseqüência de fome ou doença nos campos de refugiados.
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Há relatos de intenso bombardeio de vilarejos por aviões da força aérea, seguidos por ataques das milícias Janjaweed, que são africanos muçulmanos de origem árabe.
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Nos ataques dos Janjaweed (que usam camelos e cavalos), acusações de assassinatos, estupros e roubos são comuns.
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Refugiados e observadores externos afirmam que há uma tentativa deliberada de se expulsar a população negra africana de Darfur.
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O governo do Sudão admite a existência de "milícias de auto-defesa", mas nega que tenha ligações com os Janjaweed e diz que as acusações são exageradas.
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Muitas mulheres dizem que foram raptadas pelos Janjaweed e mantidas como escravas sexuais por mais de uma semana antes de serem libertadas.
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Refugiados
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Aqueles que conseguiram escapar da violência, agora estão vivendo em campos de refugiados espalhados por Darfur, enquanto cerca de 200 mil sudaneses cruzaram a fronteira do vizinho Chade, que na sua região leste, tem uma configuração étnica semelhante à da população de Darfur.
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Janjaweed são acusados de massacrar não-árabes em Darfur
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Os campos de refugiados dependem das doações internacionais de medicamentos e alimentos.
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De acordo com as organizações que prestam serviços humanitários, a violência tem tornado o trabalho de ajuda mais difícil e eventualmente impossível.
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Tratado de paz
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Tentativas da União Africana – um bloco de países africanos – para encerrar o conflito resultaram em um tratado de paz, assinado em 2006.
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O governo do Sudão apoiou o tratado, mas apenas uma facção– a do rebelde Minni Minawi – assinou o acordo.
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No tratado, o governo concorda em desarmar os Janjaweed, mas até agora pouco foi feito.
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Neste tempo, a facção de Minni Minawi agora está lutando junto com o governo contra outros grupos rebeldes. Na prática, a violência sectária aumentou desde a assinatura do tratado de paz.
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Tropas da ONU
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Os sete mil soldados da União Africana são insuficientes e têm poucos poderes para conseguir coibir a violência numa área tão grande.
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O Sudão tem resistido à pressão diplomática dos países ocidentais para aceitar que uma missão liderada pelas Nações Unidas assuma o trabalho da União Africana.
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A ONU quer duplicar o número de tropas no país, mas até agora o Sudão aceita apenas o envio extra de três mil tropas. A ONU discute agora quais países integrarão a missão.
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Em abril de 2006, o Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções contra dois líderes rebeldes, um comandante da Aeronáutica e um líder dos Janjaweed acusados de crimes de guerra em Darfur.
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Um dossiê denunciando crimes de guerra, produzido pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, também foi entregue ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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Cerca de 50 integrantes das forças de segurança do Sudão estão sendo processados na Justiça, em Cartum, mas entidades internacionais dizem que isso é apenas uma forma do governo sudanês de impedir que eles sejam levados ao Tribunal Penal Internacional.


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