O governador mineiro fez ontem a critica mais contundente à direção do partido, que tende a apoiar o nome de Serra.
Interessado em disputar a sucessão presidencial em 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), voltou a defender a realização de prévias e criticou a unidade de ´meia dúzia de lideranças´. Na outra ponta, apoiadores de José Serra, seu concorrente, sustentam que esta é a vez do governador paulista por ser ´o primeiro da fila´. ´Sabemos que a grande força do PSDB está na nossa unidade e no momento certo nós vamos construir essa unidade. E se essa unidade vem da força das bases, da manifestação das bases, ela é muito mais sólida do que uma unidade eventualmente forjada ou construída por meia dúzia de lideranças´, disse Aécio a jornalistas após compromisso em Brasília. Foi uma das críticas mais contundentes do governador mineiro à tendência da direção tucana de apoiar Serra. Ele acredita ter mais chances de obter a indicação por meio da realização de prévias. Em São Paulo, o deputado federal Walter Feldman (SP), secretário municipal de Esportes, reiterou posição contrária às prévias. ´O PSDB deve ter fila, história. Esta é a vez do Serra´, afirmou. José Henrique Reis Lobo, presidente do diretório municipal, também tomou o partido de Serra. ´Eu concordo que é a vez de Serra. Ele é o mais credenciado´. Em janeiro, ao ser empossado por Serra na secretaria de Desenvolvimento, o ex-governador Geraldo Alckmin deixou de lado sua posição histórica a favor das prévias e pregou o entendimento do partido.
Racha na bancada
As declarações de unidade vão de encontro ao racha da bancada tucana na Câmara dos Deputados em que uma ala, mais ligada a Serra, questiona a reeleição do deputado José Aníbal (SP) para a liderança do partido. Ele teve o voto dos deputados mineiros. O grupo dissidente quer a renúncia e a realização de uma nova eleição sob o argumento que houve um golpe na alteração do estatuto para permitir a reeleição consecutiva. Ontem Anibal negou sua saída e disse que dissidentes estão com dor de cotovelo. Já Aécio alertou os tucanos para que não considerem como ganhas as eleições de 2010 porque os candidatos da legenda aparecem em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais. Ele negou que tenha medo de enfrentar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como adversária nas eleições de 2010. Mas reconheceu que a ministra deve ser uma candidata respeitada por qualquer adversário. ´Ninguém pode ter medo, mas se a ministra for candidata, é garantia de uma campanha de altíssimo nível,´ observou.
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