retomando a jornada,
o outro monge que assistiu a tudo calado, repreendeu o amigo,
falando do contato carnal
que houve com aquela jovem,
da tentação de ter aquele contato
mais direto com uma mulher,
o que era proibido pelas suas leis
e durante um bom trecho do caminho,esse monge falou sobre a mulher
e sobre o pecado cometido
até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou:
querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem
e lá eu a deixei, mas você ainda continua
carregando-a em seus pensamentos
assim, todos sabem que Deus
não nos dá fardos maiores
que aqueles que podemos suportar,
e muitos dos nossos fardos
já poderiam estar abandonados
em outras curvas da vida,
mas nós insistimos em carregá-los
levamos nossas dores
e frustrações ao extremo.
dramatizamos demais,
elevamos ao cubo cada dor,
cada ofensa, cada contrariedade
e por isso, não conseguimos relaxar,
perdoar ou mesmo ser feliz,
pois o peso que vamos acumulando em nossas costas
são demais para qualquer cristão
neste dia especial, eu lhe convido a uma reflexão.
quais são os fardos que você continua carregando
e que já não estão mais com você?
qual é a dor que você anda revivendo
e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar?
por que você não consegue perdoar quem lhe magoou? quantas oportunidades você anda deixando para trás
por estar amarrado ao passado?
desarme-se.
dos velhos pensamentos,
do espírito da revolta, da tristeza.
hoje é dia de desmontar
o velho acampamento do comodismo
e seguir adiante na longa jornada que a vida apresenta.
quanto mais leve a sua mochila,
mais fácil a subida rumo a felicidade.
texto
paulo roberto gaefke
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