O país e toda a sociedade aguardam uma palavra do governo, da Policia Federal (PF) e do judiciário condenando firmemente, de maneira taxativa, a espionagem institucional organizada pelo delegado PF, Protógenes Queiroz, conforme a reportagem de capa da revista VEJA desta semana.
A pretexto das investigações da chamada Operação Satiagraha - tudo indica, também ilegal - o delegado espionou ilegalmente, ninguém sabe por quanto tempo e nem quantos cidadãos e instituições, as principais autoridades do país e talvez o próprio presidente da República.
Até agora, nem a Presidência da República, nem o Ministro da Justiça, nem o diretor geral da PF disseram uma só palavra. Apenas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se pronunciou a respeito.
O mais grave é que essa atividade ilegal, atentatória aos poderes da República já que espionou ministros, parlamentares, magistrados, empresários e cidadãos, foi toda realizada com o conhecimento de um juiz, Fausto de Sanctis, e de um procurador da República, Rodrigo de Grandis. Os dois também precisam responder pelos atos praticados pelo delegado Protógenes.
Cansei de denunciar e pedir providências contra essa ilegalidade
No meu caso, citado no relatório e no material da revista - e cansei de denunciar e pedir providências as autoridades, de público, já que os fatos criminosos eram públicos - tudo começou com o abuso de autoridade da quebra de meu sigilo telefônico na chamada operação MSI-Corinthians.
Quebra sem que nada nas investigações e inquéritos autorizasse tal medida da parte do delegado, e com anuência do juiz e do promotor. Hoje tenho consciência de que aquela investigação do MSI-Corinthians já era parte da Operação Satiagraha.
Depois passaram a vazar para a imprensa citações de meu nome em investigações, quando ao final do inquérito nada havia que me envolvesse o mínimo que fosse com os fatos, com essas apurações.
Assim foi na investigação do BNDES/deputado Paulinho (PDT-SP); nas denúncias e na prisão do ex-prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani - que foi parar no Jornal Nacional, do qual espero uma retratação pública até hoje; e, por fim, na Operação Satiagraha. Fora a invasão do meu escritório para roubar informações, e as tentativas de assalto à minha residência.
Não posso deixar de registrar que muitas vezes, como no caso do ex-prefeito de Juiz de Fora e do BNDES, parte da imprensa e mesmo autoridades do governo deram credibilidade aos vazamentos ilegais e mentirosos.
No caso da Satiaghara isso não só ocorreu, como esse comportamento de darem credibilidade a vazamentos criminosos de grampos telefônicos ilegais e de tentarem envolver-me nas investigações, está registrado por declarações de autoridades na imprensa.
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