Patativa do Assaré

Patativa do Assaré (1909 - 2002) faria 100 anos no próximo dia 5 de março. Mas as homenagens pelo centenário do maior poeta popular cearense vão acontecer ao longo de todo o ano de 2009. Um cortejo pelos espaços abertos do Dragão do Mar, ao cair da tarde de hoje, marca a abertura do projeto “Patativa em Todos os Pontos - Centenário de Patativa do Assaré”, e inicia as homenagens ao centenário do poeta. O evento possibilita o encontro de diversos grupos artísticos e reúne exposições, oficinas e espetáculos teatrais, musicais e literários.

A idéia do projeto surgiu não só para comemorar o centenário, mas para se conhecer melhor a obra deste mestre da oralidade, auto-didata, através das diversas manifestações de Pontos de Cultura do Estado e demais grupos artísticos.

A programação de hoje integra grupos convidados a representar Patativa no seu segmento artístico, debates e mostra de artes integradas com trabalhos de Pontos de Cultura (PC) do Ceará e de outros estados convidados nos segmentos teatro, dança, música, literatura, fotografia e audiovisual. Haverá o coral instrumental do ponto de cultura Aprendendo com Arte (Ceará), passando pela arte cênica com o teatro de Mamulengos do PC Invenção Brasileira (Distrito Federal), além de uma exposição de fotografia e oficina de cordel do PC Aqui tem Coisa, de Assaré -CE. A programação ainda contará com um cortejo do Maracatu Az de Ouro e da Quadrilha Folia na Roça.. Também será feito o lançamento da ação Amigos do Patativa, que visa arrecadar fundos para a restauração da casa onde o poeta nasceu. O evento segue até amanhã. 

Um comentário:

  1. Uma homenagem justa.Patativa tinha a consciência da força das palavras como instrumento de denúncia e combate sem perder o que poderíamos chamar de "cortesia sertaneja", conjunto de regras que traduz uma visão de mundo e uma atitude de quem é capaz de se emocionar diante de sua própria produção, como se essa fosse uma condição para o poema ganhar vida própria e partir para uma inter ferência no mundo.
    As utopias para ele, baseadas em um cristianismo solidário, passaram pela questão da terra, que ele conhecia como ninguém, e, avançavam na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
    Patativa tinha a medida exata entre a razão e a emoção, evitando qualquer sentimentalismo e increvendo como intérprete das nossas mazelas sociais.

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