O mais triste nos monetaristas é eles nos faltarem quando mais precisamos deles. Estudaram tanto e estão ausentes na hora H.
Não sei se o monetarismo chega a ser uma corrente econômica, mas sei que funciona.
Retire-se o dinheiro da praça e a inflação despencará.
Se inflação é a desvalorização da moeda, reduza-se a oferta de moeda que esta se valorizará -e assim se combaterá a inflação. Dada a plena vigência da lei da oferta e da demanda.
Os americanos mataram assim a inflação dos anos 70.
Aqui no Brasil, o Plano Collor fez isso duas décadas atrás e funcionou temporariamente.
Quase todo mundo elogiou na época, inclusive gente que hoje critica.
Gente que quando Fernando Collor caiu em desgraça política virou rapidamente crítico do "sequestro da poupança".
Mas este post não é sobre as convicções flutuantes e de conveniência. É sobre o silêncio dos monetaristas.
Puxa vida, se o monetarismo vale para combater a inflação, por que não vale para atacar o antípoda, a deflação?
Se retirar dinheiro de circulação é uma boa medida para impedir a corrosão monetária, inundar o mercado com dinheiro é uma ótima providência para ajudar a lubrificar as engrenagens de uma economia que breca. E quando ela breca por absoluta falta de demanda, então, é sopa no mel. Injete-se dinheiro no mercado até ele dar sinal de vida.
É como num pronto-socorro. Você toma uma série de medidas para salvar o paciente. Uma vez salvo, você adota providências para atacar as sequelas das medidas que você tomou. Assim deveria ser no monetarismo.
A deflação é um horror, entre outras coisas porque as pessoas adiam suas compras à espera de que os preços caiam. Uma vez debelada a deflação, combater-se-á a inflação resultante. Então, eu sinceramente não compreendo a timidez dos monetaristas. Tão ciosos quando se trata de combater a inflação.
Tão ausentes e passivos quando o risco é de deflação.
Ao pedir um ataque rápido e radical aos juros, não se está praticando qualquer tipo de heterodoxia.
É um apelo à ortodoxia. Mas parece que os nossos ortodoxos monetaristas operam em mão única.
Eles gostam mesmo é de fazer o país brecar.
Quando se trata de reanimar o paciente, eles desaparecem.
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