O cadaver do guerrilheiro

Marco Antônio Leite da Costa

O que houve, medita o pesaroso, com estes acontecimentos?

E não se diz a verdade

Porém se cobre com papel esta desgraça de metal.

Mal se abrira o roteiro

Quando chegou a derrota

Como um machado que caiu

Na cisterna do silêncio.

Bolívia voltou ao seu rancor,

Os seus enferrujados gorilas,

À sua miséria intransigente,

E como buxos assustados.

Os sargentos da desonra,

Os generaizinhos do crime,

Esconderam com eficiência

 O cadáver do GUERRILHEIRO,

Como se o morto os queimassem.

A selva amarga engoliu

Os movimentos, os caminhos,

e onde passaram os pés da milícia exterminada.

Hoje os cios aconselharam

Uma voz verde de raízes

E o veado selvagem voltou

À folhagem sem estampidos.

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