O Brasil que tirava os sapatos acabou



"Estamos no século XXI, os tempos mudaram. Há países como o Brasil que são uma potência econômica e são participantes importantes no cenário mundial. Minha relação com Lula é a relação entre dois líderes de países grandes, e que ambos querem resolver problemas e criar oportunidades para nossos povos. Deveremos ser parceiros e não há parceiros mais importantes que outros".
Barack Obama, Presidente dos EUA, em abril deste ano,
sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos.

Na época do Príncipe Charmoso FHC, o embaixador Celso Lafer humilhou-se e humilhou o Brasil: tirou os sapatos num aeroporto dos EUA, exigência dos serviços de segurança de lá. Não precisava: ele poderia, como fizeram diplomatas de outros países, ter declarado sua condição de embaixador. Teria evitado passar por esse constrangimento. Mas o governo do Pavão da Sorbone FHC era assim: empáfia e autoritarismo quando era para lidar com os brasileiros; subserviência e cabeça baixa quando lidava com o "mundo desenvolvido".

Isso acabou. O chamado neoliberalismo, que cultuava o deus Mercado, desmoronou no final de 2008. Bush foi derrotado, um negro de centro-esquerda governa (ou tenta, pelo menos) os EUA. Lula é "o Cara" (This is my man), o Brasil conquistou mais poder para o G20, temos o pré-sal, não aceitamos o golpe militar em Honduras, somos campeões mundiais da produção de biocombustíveis e, nesse final de 2009, vários países olham para o Brasil com aquele olhar de mulher que está interessada em você.

Nesta semana, o prestigioso jornal britânico The Independent trouxe uma matéria sobre o a participação do Brasil na Assembléia da ONU. Aqui, alguns trechos:

"Lula aproveitou a oportunidade para atacar as idéias dos poderes ocidentais durante a crise financeira internacional. 'O que desabou foram conceitos sociais, políticos e econômicos aceitos como inquestionáveis', ele disse, num forte golpe a políticos e banqueiros que se opunham à regulamentação governamental. Os esforços de Lula ajudaram a esmagar o Grupo dos Oito dos países ricos, que será substituído pelo Grupo dos 20, que inclui países em desenvolvimento que se encontraram na quinta-feira em Pittsburgh para reformar as finanças mundiais."

"Na Assembléia Geral Lula também pediu ação contra o golpe em Honduras, onde a embaixada brasileira dá abrigo a Manuel Zelaya, o presidente legítimo derrubado em 28 de junho por um impostor com apoio militar. Lula está pedindo ao Conselho de Segurança ação contra o crescentemente bárbaro novo regime, com ameaça do emprego de toda a força da lei internacional..."

Enquanto a mídia serrista brasileira chama os golpistas de "governo de fato", o jornal inglês o classifica como "um impostor com apoio militar".

O PiG (Partido da imprensa Golpista) ainda não assimilou o fato de que o Brasil mudou, o mundo mudou, e que estamos cada vez mais fortes, desenvolvidos e influentes.

O Brasil dos tempos do Pavão da Sorbone, o Brasil que tirava os sapatos, ficou para trás.

Agora é nossa hora.

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