APOSENTADORIAS QUE ESCARNEIAM

Quanto você, amigo leitor, que nada mais é do que um simples mortal, paga do seu plano de saúde e qual a sua renda salarial?
Esta pergunta, por si, já é afrontosa porque feita para um público que certamente não recebe, na sua esmagadora maioria, R$ 16 mil por mês, muito menos consegue manter um plano pessoal de saúde.
No Brasil a parcela dos que podem pagar um plano de saúde comparada a dos que se privam desse privilégio é infinita e escandalosamente maior – tão imensa e percepetível é sua diferença que suplanta os limites da humilhação.
Em excelente reportagem, o G7 – o novo Portal de Notícias da Record – mostra que o plano de saúde dos ex-congressistas (senadores ou deputados), incluindo seus dependentes, não tem limite de despesas, e somente para tratamentos odontológicos e psicológicos se limitam a R$ 25 mil por ano.
Para ter tanto direito, um ex-deputado ou senador tem descontado de seu contracheque pelo qual recebe nada mais do que R$ 16 mil mensais, a minguada quantia de R$ 200 reais.
(Um reles trabalhador, tipo eu, você e nós brasileiros normais, com mais de 59 anos de idade teria que desembolsar mensalmente R$ 4.000 reais por um plano limitado que vez por outra o deixa na mão).
E a Câmara e o Senado reembolsa todo e qualquer gasto feito no exterior com tratamento de saúde.
Somente os dependentes (viúvas, filhos) de ex-deputados e senadores somam um grupo de 1.800 pessoas que ajudam a onerar as contas previdenciárias do Congresso Nacional.
Segundo o R7, somente neste ano, já foram gastos com saúde R$ 48,5 milhões pela Câmara e R$ 27,2 pelo Senado, podendo fechar a conta em R4 116 milhões.
Só com aposentadorias, as duas Casas tem gastos de R$ 90,3 milhões.
Os dados são do Siafi.
Isso é um escárnio à população brasileira. Ela, que paga tudo isso.
E não tem direito a nada disso.
Segundo o presidente da Fundação de Estudos sobre Seguridade Social, Floriano José Martins, os servidores públicos não podem ultrapassar R$ 65 reais per capta com gastos em saúde.
Não esqueça, amigo leitor: o plano de saúde deles deputados e senadores é i-l-i-m-i-t-a-d-o.
Ainda segundo o R7, apesar de todas as benesses os ex-deputados e sanedares, ainda acham pouco os R$ 16 mil que recebem.
E reclamam que tem dificuldade para sobrevier. Observem bem o escárnio na expressão: sobreviver com R$ 16 mil.
O que essa gente diria de quem recebe um salário por mês? Ela sabe qual o valor do salário mínimo vigente?
Até mesmo os comentários dos leitores do R7 são interessantes. Eles reclamam, xingam e exigem o fim dessas disparidades que agridem a honra do povo brasileiro.
Essas diferenças que nos golpeiam e nos ultrajam não podem se estender pela eternidade.
Algo necessita ser feito pelos leitores e eleitores para por fim a tão flagorosas injustiças que separam de modo abiçal nossas sociedades.
Mudanças no Congresso, já.

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