Interpelei-a: Seu pai é ladrão? Ela disse que não. Seu irmão é?, insisti. Também negou. E seu marido rouba? Negou com um gesto. Aí mais me irritei: Quer dizer que não são brasileiros? Se são, são também ladrões, como você diz. Ela calou, murcha. Tenho horror a este complexo de inferioridade que grassa entre nós.
São casos de alteridade conveniente, segundo a qual só o outro é culpado. Nós, nossos familiares, não.
Claro que, aqui, há ladrões. Mas eles também operam nos Estados Unidos, que têm a maior população carcerária do mundo. Há gente que só enxerga pecados, defeitos, no Brasil, nos brasileiros.
Lustosa da Costa
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