Ei, você!
Você, aí!...
Você que grita, reclama da sorte,
mas nunca arriscou a vida
ou esteve perto da morte.
Você, sim...
Você que não chora
para não ver sua pose no chão,
Você, que esqueceu o que seja uma canção!
Você, que nem lembra da franqueza,
que faz caridade para aparentar nobreza.
Você, o robô enferrujado que se imagina gente,
o autômato gelado que infesta o presente.
Você, que pensa, age,
segundo um cálculo seguro;
Você... que não tropeça no escuro.
É, você mesmo...
Anda, ri da humanidade,
mostre sua piedade...
Você, que manipula o riso,
mas não entendeu que sobre este piso,
você é o palhaço de verdade!
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