Fim de papo: ninguém mais tira este título do Flamengo. E digo isso não é só porque o Grêmio vai jogar no próximo domingo com o time reserva nem porque interessa a muita gente, pelas mais variadas razões, que o time de maior torcida do país volte a ser campeão, depois de um longo inverno de títulos.
Tenho esta certeza porque nenhum outro time mostrou neste segundo turno do Brasileirão e, em especial na reta final, mais pinta de campeão do que o velho Flamengo de tantas glórias e tradições.
Na hora da onça beber água, não interessa discutir elenco, juiz, técnico, tapetão, sorte, azar, planejamento, estrutura, nada disso. Nesta hora, o que vale é a alma que o time mostra em campo, disputando cada bola como se fosse a última.
O grande mérito de Andrade, o ex-jogador e grande ídolo do Flamengo, que entra sempre como interino quando cai um técnico, é que ele fez novamente a ponte entre o time e a torcida, um jogando e torcendo pelo outro, como se fossem uma só entidade.
O leitor me perguntará por que, nas outras tantas vezes em que Andrade assumiu o time isso não aconteceu e, após alguns jogos, ele saía de novo do comando. Não sei dizer. Aí tem que perguntar aos deuses dos estádios. Vai ver que vez a diretoria do Flamengo teve mais paciência ou faltou grana para contratar alguma estrela.
O fato é que desta vez ele pegou o time no momento certo, a tempo de consertar o que estava errado, escalou os jogadores que a torcida queria, bancou Petkovic e Adriano, e resgatou a confiança de todos no seu taco.
Há duas semanas, no dia 15 de novembro, escrevi aqui mesmo um texto com o título “Flamengo agora é a ameaça rumo ao tetra”. Meu São Paulo tinha acabado de assumir a liderança pela primeira vez e o Flamengo vinha correndo por fora, com a força toda.
Neste domingo, meus piores pressentimentos se confirmaram: o São Paulo não tinha time nem alma para ser campeão este ano _ e o Flamengo tinha. Só isso. Os dois times jogaram fora de casa, mas o São Paulo se perdeu em campo, depois de tomar o gol de empate, e levou 4 a 2 do Goiás, em Goiania, enquanto o Flamengo ganhava tranquilamente do Corinthians, por 2 a 0, em Campinas.
Tem toda razão o leitor Donizetti, de São Paulo, que escreveu às 12:41: “Quando achamos que não vai, vai. Quando achamos que são favas contadas, cai do cavalo. C´est la vie…”
É chique este pessoal do Balaio: manda comentário até em francês. A diretoria do são Paulo também já parecia não acreditar muito no título ao anunciar, antes do jogo, em matéria da Folha, que o elenco precisa ser reformulado no próximo ano.
Depois de três títulos nacionais seguidos, mantendo basicamente o mesmo elenco e forma de jogar, é natural o desgaste. O primeiro a cair, no meio do campeonato, como costuma acontecer, foi o técnico Muricy.
Agora chegou a vez de agradecer a colaboração de alguns jogadores que estão com o prazo de validade vencido e dar chance aos novos talentos formados nos times de base, como Oscar e Henrique, que já mereciam estar no time.
Só nos resta esperar 2010 e dar os parabéns ao Flamengo, que será o legítimo campeão de 2009.
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