Quando vão acordar?

No início da semana passada o mundo viu, pela TV, estudantes, todos menores, esvaziando extintores de incêndio e fazendo bagunça numa escola nos Estados Unidos. E viu também todos sendo presos pela polícia. Vão responder por crime de vandalismo e podem passar uma temporada na cadeia. Dias antes, em Fortaleza, alguns menores participaram do frio e premeditado assassinato de uma empresária. E aqui em Brasília um menor de 14 anos assassinou com um tiro na cabeça um colega de escola, de 15 anos, por causa de uma briga de namorados. Ao contrário do que ocorreria em países civilizados, os menores assassinos de Fortaleza não poderão ser presos, processados e condenados. Um deles, com apenas 11 anos, foi simplesmente entregue aos pais, que o estão criando para ser bandido. Aqui, a mesma coisa.

O garoto assassino pode ficar uns tempos numa universidade do crime, esses reformatórios de araque, de onde logo sairá PhD em banditismo. Quando é que os governantes deste País vão se convencer de que é preciso mudar com urgência essa política e as leis que tratam do chamado menor infrator? Com esse Estatuto da Criança e do Adolescente o Brasil está se transformando no imenso paraíso jardim da infância do banditismo. Cada menor de hoje é uma espécie de 007 mirim, com licença para matar. Não pode nem ser chamado de bandido, é "menor infrator". Não comete crime, mas "ato infracional". E não pode ser preso, mas "apreendido". Uma palhaçada vernacular que não muda nem ajuda em nada.

As cidades brasileiras estão tomadas pelos menores que roubam e matam, muitas vezes a serviço de quadrilhas que os recrutam para que assumam os crimes pelos quais não podem ser condenados. Será que o governo, os legisladores, magistrados, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados e a Igreja, sempre tão vigilantes, não conseguem ver isso? Ou calam por mero comodismo? 



O País está sendo dominado pela delinquência infanto-juvenil. E ninguém faz nada. Até quando vamos esperar que esse pessoal acorde e enfrente o problema sem demagogia e sem sentimentalismos? Não existe criança que aos sete anos já não saiba distinguir o certo do errado. Que País é este em que um jovem de 16 anos é considerado capaz e maduro para eleger o presidente da República, mas é tratado como incapaz quando assalta, mata, rouba, estupra?
Rangel Cavalcante

3 comentários:

  1. Estranho, muito estranho o Rangel. Não tenho nenhuma resposta, mas, que é uma redução é.
    Não deveríamos obrigar o estado (nós mesmos, representados pelos "eleitos") cuidar da educação e do bem estar? Criminalizar, prender, é solução?
    Falta um monte de dados na análise do dito; faltam todos os dados.
    Para ele é: criança fez, pune; e só.
    Falta reflexão, análise, compreensão do mundo, da vida; falta amor.

    Fog

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  2. Olá!

    Eu vi as cenas e sabe qual foi o fato que mais me chamou a atenção? Os moleques saíram ALGEMADOS pelos policiais!

    Vai "triscar" num "dimenor" aqui no Brasil pra ver o que acontece.

    Aqui em Salvador, no mês passado, um aluno esfaqueou um professor dentro da escola. Tudo isso porque o professor não permitiu a entrada do aluno em sala de aula, pois estava bastante atrasado.

    O que aconteceu com o "dimenor"? Nada. Foi encaminhado a uma "unidade de aconselhamento" ou algo parecido e pronto, ficou por isso mesmo.

    Essa é uma geração de extremos. Se por um lado temos adolescentes absolutamente apáticos, por outro temos adolescentes muito agressivos. Evidente que isso não é a regra, claro, mas é um "traço" que percebo a cada ano que passa. O equilíbrio é cada vez mais difícil. Isso porque o equilíbrio vem de limites, de sucessos e fracassos. E como se lida com tudo isso.

    O ECA, no papel, não é uma lei ruim; o grande problema é que é uma lei feita com o pensamento em um país ideal, e não no país real, no país que temos em nosso cotidiano. O próprio conceito de família foi modificado. Exige-se muito da escola e dos professores mas a sociedade em torno desses atores não muda, pelo contrário, há um crescente sentimento de "não é comigo". E isso estende-se inclusive a muitos "pais e mães".

    Situação tá complicada...não tenho muita esperança de que venha a melhorar. Acho difícil.

    Um abraço!

    Faço o convite para uma leitura no último post de meu blog para entender como essa garotada que vai pra escola passa de ano mesmo sem saber ler e escrever direito.

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  3. Muito tem se falado que hoje a violência é maior devido as desigualdades sociais. É fato. Vivemos numa sociedade com grandes diferenças sociais. A grande massa da população não está alcançando um bom emprego uma sistema de saúde de qualidade, a educação fracassada dentre outros que fazem parte das necessidades básicas de um cidadão. Esses fatores aumentam a distância entre as classes sociais.Posso então dizer aqui, que aqueles que não têm acesso as necessidades básicas são mais agressivos? Será? e os ricos? Nesse outro lado também existe a violência e como explicar tal fenômeno?
    Vejo então, que estamos é vivendo uma crise de valores, de significados que acabam levando as pessoas um enorme vazio, a dor e ao sofrimento que em nada constrói, as pessoas estão vivendo um ciclo vicioso e não estão vendo a saída e acabam se depreciando como seres humanos e se destruindo.Portanto, concluo que o ser humano perdeu sua capacidade de sentir e perceber o lado bom das coisas. Existe um vazio tão grande, uma solidão destruidora, uma falta de sentido de viver, falta de afetividade, compreensão, aceitação de si mesmo e do outro.Falta de amor pela vida.Por isso de tantos crimes...´
    Lúcia

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