Imprensa não tolera a mínima crítica

O Estadão de hoje, com esse seu editorial "A elite que Lula não suporta", a respeito de considerações do presidente Lula sobre a imprensa, passa o mais autêntico atestado de que definitivamente nossa mídia monopolista e serrista não aceita e não tolera crítica de forma nenhuma.


O presidente Lula - que falou em um comício, portanto, como cidadão - nada mais fez do que exercer o seu direito de crítica inerente à cidadania numa democracia. A questão é que nossa mídia, cujos maiores conglomerados estão nas mãos de meia dúzia de famílias (se muito), não aceita critica, já que se derrete ao ser exposta à luz do dia.

Criticada, não resiste e acusa qualquer adversário de censura e autoritarismo quando estamos - o presidente da República e todos os que fazem reparos à atuação da mídia - apenas exercendo um direito democrático, o sagrado e legítimo direito constitucional de resposta, de retrucar democraticamente aos que nos atacam. Direito de resposta, aliás, que é um dos dispositivos constitucionais menos respeitados pela nossa imprensa.

Jornal não é tribunal
Nem isso nossa velha e carcomida mídia conservadora e monopolista quer aceitar. Ela quer falar sozinha, reinar absoluta como nas monarquias hereditárias. Estas famílias, donas da midia, querem continuar reinando soberanas acima do povo e da nação e não resistem a um sopro de democracia, de povo e de liberdade de crítica.

Falta autoridade ao Estadão para publicar este editorial, já que por muito menos forjou um escândalo e inventou que está censurado quando, na verdade, o que há é uma decisão judicial no sentido de que cumpra a lei e não divulgue informações retiradas de processo sob segredo de Justiça contra Fernando Sarney.

Não tem nada a ver com censura, o que nem é possível pela Constituição brasileira, que garante a liberdade de imprensa. O que o Estadão está obrigado a cumprir é uma decisão judicial já referendada por instâncias superiores da magistratura, porque o jornal violou o segredo de justiça de um processo ainda não julgado. O jornal não é tribunal e o acusado, portanto, ainda pode ser absolvido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário