José Serra patrocinou a maior traição ao programa do PSDB em sua história

A consolidação da votação total e a dos votos válidos de cada candidato, a queda à metade do número de eleitores indecisos, e mais o crescimento da petista e a queda do tucano no Sudeste constituem, hoje, nesta reta final para o 2º turno da eleição presidencial, a prova inconteste da derrota do discurso do ódio e obscurantista do concorrente pela oposição José Serra (PSDB-DEM-PPS).

Consumou-se, mostram os fatos e números, a derrota de sua campanha negativa, do seu esforço de levar o país para baixo e da farsa da agressão que ele montou no Rio na semana passada, quando foi atingido na cabeça por uma bolinha de papel.

É uma derrota mais do que tudo, também, da central de boatos organizada de forma profissional por ele, e da exploração da religião e do sentimento religioso de nossa gente, presentes nesta campanha mais do que em qualquer outra de nossa história. E introduzida na disputa por obra e graça diretas do próprio candidato, ainda que no começo da exploração esses temas aparecessem sem autoria assumida.

Assim, a menos de 48 horas da abertura das urnas, têm-se a confirmação, seja pelo quadro político, seja pelos percentuais das pesquisas atribuídos a cada candidato, que não vingou a campanha do ódio, do medo, do moralismo barato, do saudosismo da UDN e do atraso das posições reacionárias de José Serra, feita em nome de uma direita raivosa e retrógrada que ele assumiu representar e defender.

Gesto final em Minas, simbolismo de toda a campanha

O final da campanha em Minas (ontem), com José Serra beijando imagens de santas, foi balizador e é mais um dentre os vários casos explícitos de exploração religiosa de sua campanha e da coligação de direita PSDB-DEM-PPS que sustentou a sua candidatura.

Se o final é melancólico para ele e seus aliados, de certa forma é triste também para o país. Afinal, é triste para o Brasil ver um partido como o PSDB, que veio de cúpulas, das elites, da academia e da classe média paulista e paulistana laica e progressista, depois de servir ao capital financeiro e a interesses externos, agora cair na mais abjeta exploração da religião e de seus símbolos.

Pior que a direita norte-americana, que o movimento ultra conservador e extremado Tea Party, com o qual a direita nos Estados Unidos se radicalizou ainda mais em suas posições conservadoras.

Com o populismo e a demagogia que caracterizaram sua campanha - em todo o seu transcorrer e, ainda mais acentuados nesta reta final - suas promessas de criar ministérios e órgãos públicos em profusão e de ampliar gastos orçamentários (ilimitadamente, sem sequer calcular o custo financeiro de suas promessas) José Serra consumou mais uma traição ao programa do PSDB. Seguramente a maior sofrida pelo legenda tucana em seus pouco mais de 20 anos de existência.
Zé Dirceu

Nenhum comentário:

Postar um comentário