Partido Verde francês declara apoio a Dilma e diz que sua vitória é única forma de avançar debate ecológico no país

Membros do Partido Verde da França declararam nesta semana, através de uma carta, apoio à candidata a presidência da República do Brasil Dilma Rousseff. Deputados, senadores e dirigentes do partido afirmam que "a manutenção da esquerda no poder é a única possibilidade real de fazer avançar a causa ecológica no país". 

O documento que enaltece a figura de Marina Silva, considerando-a peça fundamental para colocar questões ecológicas na pauta das eleições presidenciais, explicita a adesão à candidatura de Dilma: 

"Desejamos, através deste manifesto, expressar nossa inquietação. Algumas personalidades como Gilberto Gil, mesmo afiliado ao Partido Verde, pedem votos à Dilma sem ambiguidade. E nós compartilhamos desta posição". 

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Para eles, as campanhas anônimas na internet que denunciam Dilma por terrorismo e bandidagem por ter participado na luta contra o regime militar, pelo qual foi torturada, e as acusações de que a candidata petista é favorável ao aborto - mesmo que esta questão não faça parte de seu programa – não devem ocupar o espaço do debate das propostas políticas e impedir que os eleitores reconheçam José Serra como um candidato de direita e não um social democrata de centro. 

"Por trás dele, a direita brasileira vem mobilizando tudo o que há de pior em nossas sociedades: preconceitos sexistas, machistas e homofóbicos, junto com interesses econômicos mais escusos e míopes. A direita sai do porão", acrescenta a carta. 

Os signatários do documento, entre os quais estão Dany Cohn Bendit, co-presidente do grupo parlamentar de deputados verdes no Parlamento Europeu; Yves Cochet, deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente da França; Philippe Lamberts co-presidente do Partido Verde Europeu e Jérôme Gleizes, dirigente da comissão internacional do mesmo partido acreditam que a mobilização da direita está completamente ligada aos interesses do agro-negócio, o que representa uma ameaça ao meio ambiente. 

Sendo assim, uma possível vitória da direita, representaria o triunfo do complexo agro-industrial e dos céticos em matéria de aquecimento global, apesar do tema ter sido tratado de forma ambígua no governo Lula. Ou seja, para eles a vitória de Dilma seria o primeiro passo para uma guinada em direção à revisão do estatuto da floresta que começou a limitar a devastação na Amazônia e no Mato Grosso, e na garantia dos direitos indígenas e suas reservas. 

Mesmo com tais convicções, o PV francês não critica Marina Silva por sua abstenção no apoio à esquerda brasileira. De acordo com a carta, a atitude é "compreensível", já que anteriormente Marina entrou em conflito com Dilma e com o Partido dos Trabalhadores, do qual também já fez parte. 

Mesmo assim, a carta insiste que diante das atuais circunstâncias do Brasil, Dilma Rousseff é a pessoa mais adequada para fazer avançar efetivamente a questão ecológica no país. "Já vimos no que se tornou a Grenelle [acordos sociais propostos pelo Ministério do Meio Ambiente francês que deram fim as greves e conflitos de maio de 1968, que paralisaram o país] na França com a direita", conclui o documento. 

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