Sou antiraças

Não Sou apenas antiracistas, sou antiraças Não reconheço a raça Vermelha Amarela Branca Preta Azul ou qualquer outra cor com que queiram def...

TARTARUGA

Eu percebia que aquilo aborrecia muito os meus pais, porém pouco me importava com isso.
Desde que obtivesse o que queria, dava-me por satisfeito.
 
Mas, está claro, se eu importunava e agredia as pessoas, estas passaram a tratar-me de igual maneira.
 
Cresci um pouco e de certa feita me apercebi de que a situação era desconfortante e me preocupei sem, entretanto, saber como me modificar.
 
O aprendizado me foi dado em um domingo em que fui, com meus pais e meus irmãos, passar o dia no campo.
 
Corremos e brincamos muito até que, para descansar um pouco, dirigi-me para a margem do riacho que coleava entre um pequeno bosque e os campos. Ali encontrei uma coisa que parecia uma pedra capaz de andar.
 
Era uma tartaruga.
 
Examinei-a com cuidado e quando me aproximei mais o estranho animal encolheu-se e fechou-se dentro de sua casca.
 
Foi o que bastou.
 
Imediatamente pretendi que ela devia sair para fora e, tomando um pedaço de galho, comecei a cotucar os orifícios que haviam na carapaça.
 
Mas os meus esforços resultavam vãos e eu estava ficando, como sempre, impaciente e irritado.
 
Foi quando meu pai se aproximou de mim.
 
Olhou por um instante o que eu estava fazendo e, em seguida, pondo-se de cócoras junto a mim, disse calmamente:
 
- Meu filho, você está perdendo o seu tempo.
 
Não vai conseguir nada, mesmo que fique um mês cotucando a tartaruga.
 
Não é assim que se faz.
 
Venha comigo e traga o bichinho.
 
Acompanhei-o e ele se deteve perto na fogueira que havia aceso com gravetos do bosque. E me disse:
 
- Coloque a tartaruga aqui, não muito perto do fogo.
 
Escolha um lugar morno e agradável.
 
Eu obedeci.
 
Dentro de alguns minutos, sob a ação do leve calor, a tartaruga pôs a cabeça de fora e caminhou tranqüilamente em direção a mim.
 
Fiquei muito satisfeito e meu pai tornou a se dirigir a mim, observando:
 
- Filho, as pessoas podem ser comparadas às tartarugas.
 
 Ao lidar com elas procure nunca empregar a força.
 
0 calor de um coração generoso pode, às vezes, levá-las a fazer exatamente o que queremos, sem que se aborreçam conosco e até, pelo contrário, com satisfação e espontaneidade.
                                                           Autor desconhecido
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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