Leandro Fortes |
E quando acabar essa moleza, não se esqueçam: é pra votar no Serra!
O conteúdo abaixo caiu na minha caixa de spam, hoje de manhã, enviado por um certo Rodrigo Roni, certamente um dos muitos brucutus de internet a serviço da campanha de José Serra. Normalmente, apago da minha caixa de mensagem de e-mails correntes de quaisquer naturezas, pela óbvia razão de serem escritas e disseminadas por fanáticos religiosos, militantes políticos extremistas e idiotas em geral. Esta, contudo, embora não fuja à regra, é bastante emblemática sobre o desespero de certa porção da classe média em relação à perspectiva da vitória de Dilma Rousseff e da continuidade dos programas sociais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um panfleto anti-petista por excelência, recheado de preconceitos e ofensas amarguradas, um último apelo à insensatez em nome da preservação dos piores e mais mesquinhos valores dessa parcela da sociedade brasileira que caminha, felizmente, para a extinção.
Para garantir votos ao tucano José Serra, a corrente estabelece uma fórmula baseada, explicitamente, nas relações da Casa Grande com a Senzala. Ensina ao patrão e à dona-de-casa de classe média como convencer empregadas domésticas, porteiros, motoristas, ascensoristas e empregados em geral do perigo que representará a eleição de Dilma. Reparem que as recomendações são para os empregados de dentistas, advogados, clientes, nunca para os dentistas, advogados e clientes, desde já colocados como pessoas de primeira categoria, portanto, imunes ao discurso patético de persuasão apregoado pelo panfleto. Há, ainda, o risível apelo a ser feito "ao atendente da sauna, da academia, da escola de natação, da escola de inglês das crianças".
Enfim, um texto altamente representativo do tipo de elite que temos no País, suas razões, seus preconceitos, seus medos e seu instinto de preservação baseado em conceitos primários. Uma elite que acha que pode convencer seus serviçais, a quem trata como escravos, a não votar na continuidade de um projeto político que lhes garantiu, pela primeira vez na vida, emprego formal, crédito, qualidade de vida, auto-estima e representação política real.
No auge do desespero, o autor do texto deixa transparecer seu caráter doentio ao se referir da Dilma como "perereca assassina e terrorista". É essa gente que se coloca como alternativa a um governo popular que tirou o Brasil do buraco.
Vale a pena ler, portanto, esse tratado da demência de auto denominados "formadores de opinião":
Como Ganhar Votos para o Serra |
Meus amigos,
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