Agora, a sorte dos fluminenses depende da intervenção das forças federais


O atestado de óbito de uma política de segurança baseada na criminalização das comunidades pobres


O atestado de óbito de uma política de segurança baseada na criminalização das comunidades pobres

 
"Isso é uma guerra. É uma guerra e guerra tem de ser enfrentada como guerra. Direitos humanos devem ser respeitados sempre, é nossa filosofia, Mas isso é uma guerra".
Sérgio Cabral, 11 de novembro de 2007.
 
Como no filme TROPA DE ELITE 2 (obra prima do cinema nacional que você não pode deixar de ver) essa interminável sequência de desafiadores ataques criminosos, responsáveis por um clima de pavor generalizado no Estado do Rio de Janeiro, é, antes de mais nada, o atestado de óbito da política de segurança do governador Sérgio Cabral, que engabelou muitos cidadãos ingênuos com a idéia de que assegurava proteção aos burgos com a ocupação policial de algumas favelas, enquanto bancava a tática dos confrontos e o patrocínio da maior matança de jovens das comunidades pobres.
Essa política parte do princípio de que a um cidadão apavorado serve-se o cardápio da SENSAÇÃO de segurança como calmante para seus nervos à flor da pele. A violência urbana pode continuar em alta, mas a notificação da presença policial em algumas comunidades pobres e criminalizadas, numa declarada disputa de territórios, sugere o bloqueio de redutos e a imobilização do "poder paralelo", com a consequente redução da criminalidade.
A essa cortina de fumaça adiciona-se o espetáculo da matança em pencas, como aconteceu no Complexo do Alemão, em 2007 (convém ler o Relatório do Comissário da ONU, Philip Alston, sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias no Rio de Janeiro) e a sucessão de massacres na favela da Coréia, em Senador Camará.
Marginais mostram sua força
Fosse real e consistente o método usado para dourar essa míope e desastrada "política de segurança", isso que está acontecendo agora, no portal do período natalino, não poderia ter chegado ao ponto que chegou. O governo estadual, com todo o apoio do federal, teria "cortado as linhas inimigas", reduzindo o seu poder de fogo e instalando feixes de proteção sobre os bairros do asfalto.
No entanto, temos neste momento uma população acuada, atacada por todos os flancos e exigindo que se faça qualquer coisa, que se mate qualquer suspeito, enquanto um sistema policial desmoralizado e em pandarecos pede ajuda pelo amor de Deus às Forças Armadas, que, pela primeira vez, fugindo à sua finalidade constitucional, põem seus tanques em favelas planas e oferece o escopo de uma guerra efetiva contra focos da delinquência selecionados no palpite, que permaneceriam intocados se as cidades da região metropolitana não tivessem sido atacadas em insólitas ações incendiárias.
É claro que estamos num momento de grande comoção, com a virtual paralisação das atividades nas urbes afetadas e a disseminação de um sentimento de impotência e revolta entre os cidadãos. O que todos querem de cara, enfatizo, é ver o fim imediato dessa beligerância e a punição sumária dos responsáveis por esse estado de choque que afeta a quase todo mundo.
E é provável que as forças da repressão ofereçam as cabeças cortadas de centenas de suspeitos, em atos compensatórios que serão aplaudidos freneticamente.
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