Sempre distante amor e perto anseio,
e triste descambar do adeus e a ida
em promessa que apenas prometida
tanto levou do ser que o fez alheio.
De outra morte morrer, opõe receio?
Morre um morto após si, já em seguida
à perda ao largo de alma tão perdida?
Mortos são os que morrem vida em meio.
São os vivos de amor, que amor esquece,
e, súbito, na morte amadurece
antes de tudo mais que vai morrendo.
Feridos numa dor que está vivendo
no arrastar em gemido e em passo tardo,
ter sido, mais que ser, terrível fardo.
Maria Ângela Alvim
P4R4 4J6D4R B4ST4 CL1K4R N0 AN6NC10 Q63 T3 4GR4D4R
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