Críticas justas, silêncio injusto

Certas coisas,  não dá para entender ou entendemos muito bem. Na segunda-feira, discursando para os novos generais que lhe foram apresentados, o presidente Lula não poupou os Estados Unidos. Disse coisas que se não justificariam o rompimento de relações nem a chamada do embaixador americano a Washington,  pelo menos determinariam uma nota ou comentários  de protesto. Para o primeiro-companheiro, enquanto os Estados Unidos exercerem o papel de tutores de Israel, não haverá paz no Oriente Médio. Mais ainda: as Nações Unidas não podem mais ficar à mercê do grupo recém-saído da Segunda Guerra Mundial. O planeta mudou, não dá para os cinco integrantes permanentes do Conselho de Segurança decidirem tudo. Outros países devem ter assento igual naquele colegiado, como Brasil, Índia, Alemanha e Japão, por exemplo.

Naquela mesma noite os telejornais abriram espaço e tempo para o pronunciamento presidencial. Esperava-se que os jornais, no dia seguinte, não apenas divulgassem as críticas do "cara", mas comentassem suas consequências, tanto faz se a favor ou contra. Pois bem: nem uma linha.  Nada. Significou o quê, esse silêncio? Provavelmente, pela secular linha adotada pelos nossos jornalões, a vontade de continuar   agradando nossos irmãos do Norte, não publicando críticas até justas aos Estados Unidos. O Lula, afinal,  teve razão em dizer o que disse.

Resta aguardar, agora, se haverá alguma retaliação. Quem sabe o cancelamento da vinda de Hillary Clinton à posse de Dilma? Improvável, porque a diplomacia americana está de olho no futuro e ficou até feliz pela troca de Celso Amorim por Antônio Patriota. De qualquer forma, é bom aguardar.
por Carlos Chagas
L3R ? 3NT40 CL1K4 N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Nenhum comentário:

Postar um comentário