A sucessora do presidente Lula, Dilma Rousseff, "começou" bem seu governo antes mesmo de iniciá-lo efetivamente. Até 31 de dezembro, era importante para uma transição sem atropelos ou nervosismos desnecessários que fosse anunciada a futura equipe de governo – ou pelo menos boa parte dela –, e que no novo ministério não estivessem implícitas mudanças abruptas de rumo ou nomes polêmicos.
Dilma conseguiu isso. Da equipe já anunciada, ela deixa claro que a política de Lula terá continuidade, com a presença de 12 nomes do PT, alguns que até já integravam o ministério do governo que está se encerrando.
O PMDB tem quatro nomes, a terça parte do partido majoritário, um cálculo que na matemática parece justo, embora o partido aliado sempre reclame por mais espaço.
Embora ainda falte mais de um nome a ser anunciado, a única expectativa real que ainda resta é a parte do quinhão que caberá ao PSB. A Ciro Gomes, nas negociações iniciais, foi oferecido o Ministério da Integração Nacional. Mas o político quer mais, sabe que tem cacife para um voo maior, que seria bem simbolizado pelo Ministério da Saúde, posto chave do governo, até pelo tamanho da verba que administra. Mas mesmo que Dilma precise contrariar o PSB, não sofrerá grandes efeitos colaterais.
Mesmo as sinalizações dadas pelos donos do cofre, leia-se o ministro Guido Mantega, de que em 2011 não haverá a fartura à qual os brasileiros têm se acostumado, não causarão à sociedade grandes sustos pois todos sabem que Dilma tem um estilo muito mais austero ou comprometido com promessas de palanque do que tinha Lula.
De 1º de janeiro até o Carnaval, sabidamente o país não engrena. Depois disso, aí a história poderá mudar um pouco. Até a bem da democracia, é saudável que a oposição exerça com ponderação, mas com firmeza, o contraditório, cobre que se melhore o que está bom e que se repare o que está ruim.
Até aqui o dever de casa está feito. Mas Dilma sabe a quem está sucedendo. E que terá, por isso, de matar um leão por dia.
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