| 1. Se os problemas financeiros enfrentados pela imprensa, no mundo todo, mostram uma taxa crescente de perecibilidade na grande imprensa -jornais, revistas, rádios, TVs- imagine-se em relação à pequena imprensa. A entrada pesada do governo Lula nos pequenos veículos (plano Gushiken, pré-mensalão, quando era ministro da propaganda), ao tempo que gerou um alivio, gerou um risco e um constrangimento, em caso de descontinuidade. 2. Nas pequenas cidades, a importância do rádio é muito maior. As repetidoras das redes nacionais de TV têm seus programas locais, cuja busca de patrocínio é sempre problemática. E os jornais de porte médio e pequeno porte nem se fala. O governo Lula multiplicou o gasto em propaganda (publicidade, patrocínios, eventos, marcas culturais e esportivas, promoções, papelaria...) que, somando tudo (empresas estatais, convênios com estados e municípios que têm item de propaganda...), deve ter alcançado cerca de 10 bilhões de reais em 2010, invisíveis, pois boa parte não é contabilizada como propaganda/publicidade. 3. Essa imensa capilaridade cria pressões e constrangimentos à pequena imprensa, pelo risco de "perder a publicidade". Os comunicadores populares têm que sublinhar seus testemunhais a cada release enviado pelo governo. A agência do governo federal deve ser replicada, etc. O TCU poderia avaliar, comparando os gastos em um e outro veículo, aqui e acolá para checar se os valores guardam relação com a comunicação ou com a política. E agora entram os blogs e afins, todos das redes "sociais" de militantes. 4. (Folha de SP, 28) "Quando Lula tomou posse, em janeiro de 2003, apenas 499 veículos de comunicação recebiam verbas de publicidade do governo federal. Agora, o número foi para 8.094. Esses jornais, revistas, emissoras de rádio, de TV e "outros" estão espalhados por 2.733 cidades. Em 2003, eram só 182 municípios. Só neste ano eleitoral de 2010, o dinheiro para publicidade de Lula passou a ser distribuído para 1.047 novos veículos de comunicação. A categoria "outros" inclui portais de internet, blogs, comerciais em cinemas, carros de som, barcos e publicidade estática, como outdoors ou painéis em aeroportos." 5. Chama a atenção o aumento do número de "outros". Em 2003, eram apenas 11. Agora, são 2.512. A informação do governo é que a maioria é composta por sites e blogs na internet. * * *
CRIME CONTRA O CORREDOR CULTURAL DO RIO! 1. Pensando que o tempo levaria ao esquecimento, o Governo do Estado do Rio vendeu à Eletrobrás, ontem, um terreno na Avenida Chile, para aquela construir sua sede. É ilegal, e um crime contra o patrimônio histórico-cultural do Rio. A reação, um ano atrás, os levou a recuar. Agora -em meio às festas de final de ano- voltam suas garras de especuladores urbanos contra o centro histórico do Rio. 2. Ações serão retomadas na justiça e os atuais diretores e conselheiros, já notificados extrajudicialmente, serão responsabilizados pelo fato e pelo valor pago, já que a Eletrobrás -sem poder construir- sofrerá prejuízo. Os novos diretores serão, da mesma forma, notificados extrajudicialmente e da mesma forma. 3. Chamar de "vizinhança da Petrobrás e do BNDES" é como construir um prédio no Leme e dizer que é nas vizinhanças de Ipanema. Arghhh!!!!! 4. (coluna Ancelmo-Globo, 29) "A Eletrobrás comprou ontem, por R$ 84 milhões, um terreno do governo fluminense na Avenida Chile. Lá, vai ser construída sua nova sede, na vizinhança da Petrobrás e do BNDES." * * *
HUGO MOYANO, LÍDER SINDICAL, PARA A ARGENTINA QUANDO QUER! 1. Com 66 anos, assumiu a confederação argentina dos trabalhadores do transporte em 2003, relegalizada por Kirchner. Em maio de 2004, no congresso que estabeleceu a unidade do movimento sindical em torno da confederação geral do trabalho -CGT-, assumiu a secretaria geral. Em 2009 é designado vice-presidente do partido justicialista (peronista), na província de Buenos Aires. Em 25 de agosto de 2010 assume a presidência, por doença do titular. Moyano para toda a Argentina quando quer. E já o fez várias vezes. 2. (Trecho do artigo de Beatriz Sarlo - La Nacion, 27) Ao contrário dos candidatos que são eleitos através de pesquisas, Moyano é o poder real: capitalista do sindicalismo, cujo capital são os bens adquiridos na obra social dos caminhoneiros, onde emprega uma força de trabalho pronta para operar. Eles o seguem porque são os funcionários mais bem pagos da Argentina. A Empresa Moyano & Filhos não tem antecedentes no sindicalismo local. O presidente do seu diretório decidirá como, quando e em que condições irão sentar em uma mesa de negociações com os empregadores e o Estado (o diálogo, anunciado no início deste ano, continua sendo só publicidade). Moyano é uma potência que fala com De Vido (ministro do planejamento), em seu próprio nome. Não precisa que lhe seja dada nenhuma autorização. Kirchner sabia disso. Moyanno só teme que as decisões judiciais avancem sobre o território livre, chamado de "Moyanolandia", por Graciela Ocanã, uma geógrafa que descobriu os abismos dessa fabulosa região. * * *
"ECONOMIA DE ESCALA REDUZ GASTOS NA ÁREA DE SAÚDE"! 1. Nos últimos anos, na área de saúde pública, como forma de superar os problemas, se tem entregado unidades de saúde pública -de postos a hospitais- à iniciativa privada via empresas, cooperativas ou OSs. Isso fraciona os custos do sistema, já que -pelo menos nos casos dos hospitais- as novas compras, os serviços..., passam a ser de responsabilidade de quem assume a gestão. Agora leia o que diz o presidente da AMIL -Edson Godoy Bueno- à coluna de Flávia Oliveira, no Globo de hoje. 2. "Na hora em que se integram (Samaritano e o Pró-Cardíaco), a um grupo que negocia milhares de leitos, só a economia de compras rende 20%. No Pró-Cardíaco, os custos caíram R$ 1 milhão, de cara. É sensível a economia de escala. Em vez de comprar um tomógrafo, compramos 10,15. O Samaritano compra para 90 pacientes, nós para 4 mil. Com uma canetada, se gasta 20% menos. Depois quando aumenta o volume de compras, o grupo negocia preços ainda menores. Se compramos para mil leitos e passamos a comprar para 1.500, o fornecedor tem que dar desconto." * * *
PARTIDO COMUNISTA FRANCÊS COMPLETA 90 ANOS! Primeiro partido francês depois da Segunda Grande Guerra (28,6 % dos votos nas eleições de novembro de 1946), ainda foi apoiado por 20% dos franceses até aos anos 1970. Desde então, sofre forte queda, atingindo o fundo do poço nas eleições presidenciais de 2007: Marie-George Buffet, então Secretária Geral do PCF, teve apenas 700 000 votos (1,9 % do total), distante do candidato trotskista, Olivier Besancenot. Em 30 anos, perdeu ¾ de seus aderentes (oficialmente, 100.000 nos dias de hoje, dos quais 60.000 em dia com o pagamento de suas cotas) e a maior parte de seus parlamentares (17 deputados eleitos em 2007). Recebeu, nas eleições de 2007, apenas 4% dos votos dos operários. A CGT, antiga "corrente de transmissão" sindical, se distanciou do PCF há 10 anos. Dirige 28 cidades com mais de 30.000 habitantes (contra 72, há 30 anos). | | | L3R ? 3NT40 CL1K4 N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 ! | | |
Nenhum comentário:
Postar um comentário