Se o ex-presidente Lula tivesse ido neste ano a Davos, poderia usar com plena razão o seu bordão favorito: nunca antes, o retrato do Brasil foi tão positivo. Moisés Naím, a principal voz do Fórum Econômico Mundial para América Latina, chegou ao exagero de chamar de "milagre" o fato de o Brasil ter crescido como cresceu no período Lula e, ao mesmo tempo, ter reduzido a desigualdade. No entanto, a redução da desigualdade se dera apenas entre os salários, mas não no desnível principal, que é entre a renda do capital e a do trabalho.
Naím aceitou o argumento, mas fez questão de manter o rótulo de "milagre", porque, lembrou, países que crescem muito tendem a aumentar a desigualdade (é o caso da China). É esse ambiente amplamente amável e simpático que encontrou a delegação brasileira que apresentou a nova administração, na sessão batizada "Panorama do Brasil".
Nela estiveram três representantes do governo federal (Luciano Coutinho e Alexandre Tombini, presidentes do BNDES e do BC, e Antonio Patriota, o novo chanceler). Estiveram também Frederico Fleury Curado (Embraer) e Renato Augusto Villela, secretário de Finanças do Rio. A sessão sobre América Latina permitiu antecipar quais serão as observações que o público de Davos tende a apresentar à comitiva brasileira.
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