Neste início de ano, o PT e os partidos da base aliada estão mudando, procurando ajustar-se à realidade do governo Dilma. O modo como funcionaram nos últimos anos e se relacionaram com o Planalto não se coaduna com os novos tempos. O descompasso mais visível acontece com o PMDB.
Na oposição e, especialmente, no PSDB, a necessidade de transformações é ainda maior. Nada mais natural, após a terceira derrota consecutiva para Lula e o lulismo. Se o governismo, bem-sucedido nas urnas, é obrigado a se renovar, o que dizer das oposições?
O principal partido oposicionista tem que contrariar aquilo a que nos acostumamos a ver como sua natureza mais profunda. Depois de ter ficado famoso por sua dificuldade de tomar decisões, por sua incapacidade de sair "de cima do muro", ele agora tem que explicitar suas diferenças e contradições.
Sem vida partidária real (como ficou claro em 2009, quando não conseguiu fazer prévias entre seus filiados por sequer saber quantos são), tudo no PSDB se resolvia "en petit comité". Na sua história, ficaram famosas algumas cenas, como a escolha do candidato presidencial em 2006, decidida na mesa de jantar de um luxuoso restaurante em São Paulo, presentes quatro pessoas.
Hoje, a tendência quase atávica que os tucanos têm de evitar o dissenso não se sustenta mais. Seu medo do confronto interno terá que ser superado, pois não enfrentá-lo é o caminho certo para um novo fracasso em 2014.
O fulcro do problema é o serrismo, o pequeno, mas loquaz grupo de seguidores do ex-governador José Serra. Como tem um espaço desproporcional na chamada "grande imprensa" e conta com a simpatia de jornalistas nos principais veículos, acaba parecendo maior do que é. Os serristas são poucos, mas fazem barulho.
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