Uma indústria chamada Brasil
O crescimento industrial brasileiro nos últimos oito anos assume proporções impressionantes. Não só as indústrias estabelecidas se fortaleceram com a expansão de seus mercados de atuação, o lançamento de novos produtos e a contratação de milhões de novos trabalhadores, como, especialmente, reafirmamos a vocação de empreendedorismo e de permanente inovação de nossos industriais.
Economias que tentar subsistir em monoculturas na agroindústria ou não optam pela diversificação de seus setores produtivos, se atrofiam e caminham céleres para o fracasso. Temos os exemplos de países que não conseguiram definir suas vocações, não inovaram, não ousaram, não apresentaram soluções criativas com a rapidez que o mundo globalizado exige, e continuaram marcando passo e amargando o subdesenvolvimento, a penúria de recursos e – pior de tudo – índices de desenvolvimento humano abaixo do exigível.
Há outra questão mais cruel: o mercado internacional, as grandes economias mundiais que importam e consomem em quantidades impressionantes, já se encarregaram de excluir os países sem competitividade do rol de seus fornecedores e parceiros estratégicos. Quem não demonstra ter inovado tecnologicamente e ter aberto os olhos e as portas para o mundo novo, quem não se preparou para competir e ganhar quinhões nos mercadores emergentes está irremediavelmente fora do processo produtivo que já vigora fortemente nesse novo século.
Por obra e graça da fase virtuosa de nossa economia, iniciada em 2003 pelo presidente Lula e sua equipe de governo, o Brasil se colocou de forma definitiva entre os "player's" da nova ordem econômica mundial. Quebramos paradigmas e vencemos a imagem injusta, mas repisada, de "gigante adormecido" ou de um país de grandes dimensões territoriais, fartos recursos naturais, população laboriosa e – lamentavelmente - absoluta incompetência para firmar-se como grande Nação. A conversa mudou radicalmente e a realidade é bem outra.
As indústrias que se plantavam nas grandes cidades ou em torno delas, como símbolos de um Brasil com a riqueza concentrada no "sul maravilha" e de costas para o seu próprio interior, já se espalharam por todas as regiões de nosso território continental. Em minhas andanças por todo o país me deparo com fábricas têxteis pelo Nordeste, com indústrias de alimentos em todas as regiões, com fabricantes de tecnologia de ponta em meu querido Estado de Goiás, com a petroquímica na Bahia e em Pernambuco, com a disparada progressista do Ceará, a indústria do turismo "bombando" de norte a sul, com pólos de desenvolvimento em Estados que pareciam condenados ao esquecimento e à pobreza. Esse movimento começou com JK e sua fabulosa "marcha para o oeste", coincidindo com a construção de Brasília e a descoberta (ainda que tardia...) de que o Brasil é muito mais que o seu litoral ou as grandes capitais do sudeste e do sul.
Utilizando simpática gíria da juventude, a indústria brasileira está "causando" no mundo e nós nos orgulhamos disso. Na chamada "década perdida", ou a "década infame" dos tucanos, os índices da produção industrial brasileira foram risíveis: iniciamos a década de 90 com -8,9%; depois de um período interessante em 92 e 93, com índices de 7,5% e 7,6%, a política neoliberal de FHC e Pedro Malan decretou a morte de nossa atividade produtiva. Amargamos indicadores que variaram de 1,8% em 95, até -2% e -0,7% em 98 e 99, arruinando nossa indústria e desacreditando o país perante o mundo. Isso sem falar no desemprego em massa, nas falências diárias, nas concordatas dramáticas e no fenômeno da desindustrialização.
Superamos tudo isso. Em 2010 o crescimento da indústria nacional chegou a espetaculares 10,5%, coroando uma política sócio-econômica comprometida com o desenvolvimento industrial, a economia competitiva e o pleno emprego. Essa é a maior expansão anual da produção industrial brasileira observada desde 1986, quando o crescimento chegou aos 10,94%. Esse é o fruto de um país que aprendeu a acreditar em si mesmo e não mais teme apresentar-se como um dos atores mais qualificados no novo cenário econômico internacional.
Em 2010 verificamos um perfil generalizado de crescimento, com 25 dos 27 setores econômicos registrando expressivos aumentos de produção industrial. Os veículos automotores (24,2%) e de máquinas e equipamentos (24,3%) lideraram o ranking. Em seguida, metalurgia básica (17,4%), indústrias extrativas (13,4%), produtos químicos (10,2%), produtos de metal (23,4%), indústria alimentícia (4,4%), borracha e plásticos (12,5%) e bebidas (11,2%). É um crescimento razoavelmente homogêneo, contemplando os mais diferentes setores com índices bastante apreciáveis. O setor de bens de capital cresceu 20,8% e o de bens intermediários chegou aos 11,4%, turbinados pela demanda internacional por commodities, pela confiança gerada pelo Brasil nos mercados internacionais e pela alta qualidade de nossos produtos.
O mercado interno consumiu mais, com o crescimento impressionante do poder de compra de nossa grande massa, com o acesso das classes D e E aos eletrodomésticos, à maior variedade de alimentos, com a compra de imóveis e de veículos automotores. O povo impulsionou a economia por estar em situação jamais experimentada, com renda e emprego. Outro Brasil, mais justo e mais fraterno, surgiu e interfere diretamente na própria economia.
Nosso bom momento é fruto de decisão política e de coragem pessoal. O governo Lula trabalhou para que chegássemos aqui. O presidente não titubeou em seguir a larga alameda do desenvolvimentismo com comprometimento social. O resultado foi o melhor possível. A presidenta Dilma, com reconhecidas competência gerencial e determinação férrea, consolidará as bases já fortalecidas de uma economia em crescimento permanente, colhendo resultados tão importantes quanto os de agora.
A vocação industrialista de nosso país começou com a larga visão de Estadista do Imperador Pedro I. Teve nas mãos fortes do Barão de Mauá, uma das melhores e mais injustiçadas figuras de nossa história, o lastro para a implantação das primeiras grandes indústrias, da telefonia, do sistema ferroviário, de um Brasil que passava a acreditar em suas potencialidades. Com Getúlio tivemos a indústria de base, através da implantação da CSN e da Petrobrás. Com JK o Brasil viveu seu grande surto desenvolvimentista. Com Lula recobramos nossa soberania, trouxemos mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média e ganhamos o respeito do mundo. Com Dilma, vamos cumprir nosso destino de grandeza.
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