Com todas as medidas tomadas pelo Banco Central (BC) - restrições ao crédito e aumento da taxa Selic - não há surpresa nos índices relativos à utilização da capacidade industrial instalada (UCI) no país, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e os dados confirmados pelo Índice do Clima Econômico (ICE) da América Latina.
Segundo a Confederação, o nível de UCI no país ficou abaixo da média em janeiro deste ano e atingiu 45,2 pontos - o índice varia de 1 a 100. Vejam que em janeiro este índice também ficou abaixo do valor de dezembro (48,2 pontos). Felizmente, a redução do UCI era esperada pelas empresas que mantiveram seus estoques estáveis. A expectativa dos especialistas é que este índice cresça nos próximos meses.
Já em relação ao ICE, estamos na 5ª colocação entre os países da América Latina, com 6,7 pontos, seguidos do Chile (8,0); Uruguai (7,9); Paraguai (7,5); e Peru (7,3). Apesar de nos mantermos estáveis em relação à última sondagem, o indicador registra a 3ª redução consecutiva do nosso país: 7,8 pontos (janeiro/2010), 7,3 pontos (abril-junho/2010) e 6,8 pontos (outubro/2010).
Sem surpresas, resta ao COPOM não elevar juros
Repito: esses dados não são uma surpresa. Assim como não há nenhuma novidade nas declarações do diretor de Assuntos Internacionais e de Normas, Luiz Awazu, para quem o corte de R$ 50 bi no orçamento de 2011, "é uma variável importante, e deve ser incorporada nas projeções (do Banco)."
"Com certeza - prosseguiu Awazu em palestra na Federação das Indústrias do Rio - irá contribuir para a moderação da demanda agregada, e consequentemente, redução da pressão inflacionária. O COPOM tem trabalhado com o cenário de cumprimento pleno das metas fiscais estabelecidas pelo governo."
Diante do que ele disse, esperamos, então, que não aumentem mais a taxa Selic e aguardem a evolução da nossa economia, já que todos os índices apontam para uma redução do crescimento e das pressões inflacionárias.
Aumentar os juros até 12,50% ano é jogar gasolina nas contas públicas e na valorização do real. Vejam que são 3,75% pontos a mais na taxa Selic (desde que ela voltou a aumentar), no serviço da dívida e nos juros pagos pelos títulos públicos! O que seria um verdadeiro tiro no pé.
Zé Dirceu
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