Ex-blog do Cesar Maia

O PMDB do Rio de Janeiro em processo de desintegração

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Cesar Maia

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1. Paradoxalmente, no mesmo ano da reeleição com amplíssima margem de votos do governador do PMDB-RJ, a eleição-2010 deu claros sinais de esgotamento e risco de desintegração do PMDB-RJ até 2014. O estilo relações-públicas do governador, seu líder mais importante, não leva à formação de quadros. Não tem sucessor, até porque seu vice não tem "punch" de campanha. Seu líder partidário e ex-presidente da ALERJ, provavelmente não terá o mesmo entusiasmo sem condução de máquina.
                
2. O PMDB, na região metropolitana, tem apenas a prefeitura de Queimados. Os grandes municípios estão com o PDT, PT, PR e até PSDB. Na capital, o PMDB é transgênico. Deputados federais orgânicos do PMDB só foram eleitos 3, e a bancada estadual foi reduzida  em um terço.  No norte, a força do PR se manteve. Nos maiores municípios das regiões Serrana e Sul, a presença do PMDB é pontual. O fenômeno conhecido na política como 'desgaste de material' está cada dia mais evidente.
                
3. Na prática, a lua de mel com o governo federal só trouxe benefícios ao PT. O PT -pré-Lula- havia desintegrado no Estado todo, incluindo a capital. O governador do PMDB adora um "pas de deux" com o PT, o que legitima seus atos e lhe dá um envoltório progressista. Mas quem avançou nesse balé foi o PT. Elegeu um senador que desponta como favorito em 2014. Elegeu a maior bancada orgânica de federais, com 5 deputados. E, como se sabe, é um ótimo parceiro no processo eleitoral, e depois governa..., com os seus.
                
4. Depois de uma queda eleitoral entre 2004 e 2006, os deputados evangélicos voltarão a ter uma enorme expressão no Estado, incluindo pela primeira vez a capital. Reelegeram seu senador. A esquerda light avançou com o PSOL nos bairros de "classe média" da capital, tanto com seu deputado federal -o mais votado na capital- quanto com seu estadual, segundo mais votado na capital. O DEM-PSDB, também na capital, com votação igual a do PSOL, ficaram como terceira força na eleição barômetro que é a de deputado federal.
                
5. As denúncias vazadas pelo PT-RJ sobre o PMDB-RJ, em órgãos federais e até estaduais, só fazem reforçar este processo no estilo..., muy amigos. Mas há tempo. Tempo para revitalização das forças políticas que foram debilitadas. E tempo para o desgaste dos vencedores. Estar no governo é sempre um risco. E o jogo é jogado. São muitos times em campo. E há tempo.

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A MALDIÇÃO DOS FARAÓS!
            
(Trecho inicial do artigo de Milagros Sandoval - EFE/La Nacion, 04) Hosni Mubarak, o último dos 4 faraós da moderna história do Egito, mantém hoje uma batalha nas ruas do país e com essa espécie de maldição política que regeu a vida de seus 3 antecessores. O rei Faruk I acabou destronado em 1952. O presidente Gamal Abdel Naser, depois de sofrer a pior derrota na  guerra dos Seis Dias contra Israel (1967), renunciou, foi reposto por apelo popular e morreu do coração em 1970. E o presidente Anuar al Sadat perdeu a vida assassinado em um magnicídio. Todos eles tiveram governos marcados pela guerra e a tragédia final, como se houvessem quebrado alguma norma que reavivasse a maldição do faraó Tutancâmon, que reinou entre 1333 e 1322 antes de Cristo, para quem ousara abrir sua tumba.

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"LÍDERES CARISMÁTICOS ACABAM QUEIMANDO AS EQUIPES"!
            
(Carlos Alemany - El País, 04)  Alemany considera que o líder carismático em uma organização não deveria durar mais que 3 anos. "Do contrário, terminam queimando as equipes. Quando se exerce uma direção carismática, pode ser um fator que impeça a chegada de mais talento à empresa porque aqueles com projeção podem pensar que o brilho de seu chefe poderia eclipsar suas carreiras. Pensando num exemplo futebolístico, para uma crise é melhor ter um Mourinho (Real Madrid), mas uma vez conseguida a estabilidade institucional o ideal é possuir um perfil tipo Vicente del Bosque (treinador campeão em 2010)".
            
"O melhor líder é o que se sabe prescindível".

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FILMES POLÍTICOS: A PEDIDO! TRILOGIA DE SOKÚROV!
                    
Respondendo a vários e-mails que pedem sugestões sobre filmes políticos e, dada a infinidade de filmes e documentários muito bons, seja do ponto de vista artístico, histórico, como político, e para não deixar sem resposta sugeriria ver -até por surpreendente- a Trilogia do cineasta russo Aleksandr Nikoláyevich Sokúrov: 1) MOLOCH (1999), cenas do cotidiano de Hitler, Eva Braun, Goebells e Borman, na casa dos Alpes; 2) TAURUS (2000), os últimos dias de Lenin e o cerco de Stalin sobre ele; e 3) SOLNTSE (2004), o Imperador Hiroito nos dias finais de segunda guerra e suas conversas com o General MacArthur. São filmes -digamos- superlativos, sobre a realidade.

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DISTÚRBIOS E O PREÇO INTERNACIONAL DOS ALIMENTOS!
                  
(El País, 04) A organização da ONU para os alimentos e a agricultura (FAO) informou que em janeiro os preços dos alimentos voltaram a bater outro recorde, superando os de dezembro de 2008, ano em que se produziram distúrbios em vários países por esse motivo. Trata-se do sétimo mês consecutivo de subidas do Índice de Preços dos Alimentos, que alcançou 231 pontos, 3,4% a mais que em dezembro de 2010, a cifra mais alta jamais registrada por este indicador.
                  
Conheça os gráficos.












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