Para refrescar a memória de nossos conservadores e ortodoxos

Na campanha que não cessa um minuto sequer por cortes de gastos e investimentos públicos cada vez maiores, e por juros sempre mais altos, economistas e analistas nativos fogem como o diabo da cruz de fazer comparações do superávit e dívida públicos do Brasil com os de outros países. Principalmente, com os dos Estados Unidos, meca do conservadorismo e da ortodoxia econômicos. Fogem porque, se o fizessem, teriam de reconhecer e passar à sociedade, à opinião pública, que nós cumprimos o dever de casa e vamos muito bem nas duas matérias. 
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Casa Branca


Sempre tão ciosos e críticos das despesas governamentais e sem baixar a guarda um segundo em sua campanha por cortes cada vez maiores nos gastos públicos e nos investimentos, nossos economistas e analistas nunca se dão ao trabalho de comparar nosso superávit e dívida públicos com os de outros países, principalmente com os dos Estados Unidos, meca da ortodoxia e do conservadorismo econômicos.


Se o fazem, guardam a sete chaves, escamoteiam, não levam isto para a imprensa, nem trazem a público para que o debate da questão não se faça por aí. Principalmente, para que a opinião pública não tenha a possibilidade de fazer estas comparações.

Trombeteiam suas teses dia e noite, indiferentes ao fato de que elas, se postas em prática, estancariam o crescimento econômico. Pois bem, a dívida pública americana, que já alcançou o equivalente a 95% do milionário PIB do país, cresce US$ 4 bi ao dia.

Brasil: muito bem em termos de superávit e de dívida pública

Os chineses detêm  US$ 895,6 bi dos bônus do Tesouro americano que compõem esta dívida - mais US$ 138,9 bi de Hong Kong; o Japão, US$ 877,2 bi; o Reino Unido, US$ 511,8 bi; os países exportadores de petróleo, US$ 210,4 bi; e o Brasil, pasmem, US 184,4 bi!

 Outra informação para reforçar a comparação e esquentar o debate: o déficit público da União Européia (UE) é de 4%; o dos EUA, de quase 10,9%; o do Reino Unido 6%; e o do Japão já ultrapassou a casa dos 10%. Isto para ficar apenas entre as maiores economias do mundo.

Como vemos, no Brasil vamos muito bem, obrigado, com um superávit de 3% e uma dívida pública líquida de 40% do PIB.

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