| 1. As primeiras medidas do governo Dilma em relação aos cortes nos gastos públicos, ao câmbio, aos juros e à política externa são apresentadas como herança recebida do governo Lula. São vistas como produto das distorções eleitorais relativas aos anos de 2009 e 2010. Por isso, sua abordagem cria no governo um certo constrangimento. Mas nada disso é problema. Ao contrário. Dilma aparece como mais centrada, mais racional e mais dedicada às questões administrativas, o que a eleva ao andar de cima do meio acadêmico, empresarial, jornalístico e político. 2. Com todos os desdobramentos relativos a essa herança, ela certamente não é o problema que Dilma e seu governo terão de enfrentar. Todas as pesquisas nos últimos anos, em relação às funções do governo, mostraram uma avaliação mais próxima do regular. Mas as mesmas pesquisas mostraram uma avaliação ótima de Lula. É como se o personagem que criou, inserido nas massas e confundido com elas, nada tivesse a ver com seu governo. Até o fato de a crise financeira de 2008/2009 não ter chegado aos países emergentes como chegou aos desenvolvidos foi percebido como efeito Lula. 3. Seus atos são sempre confundidos com seu populismo retórico. As inaugurações de pedras fundamentais eram percebidas como realizações, e a "caravana holiday" de seus comícios inaugurava nada, mas que -em outras partes do país, via satélite- era percebido como tudo. 4. Com o mensalão de 2005, Lula abandonou o uniforme de líder operário urbano e incorporou o jeito de líder retirante num populismo protorreligioso que tão bem se conhece Brasil afora, desde a segunda metade do século 19. Essa condição é que é a herança perversa. Nem Dilma nem nenhum outro nome cogitado no processo pré-eleitoral desde 2008 teria condições de parecer-se com o personagem criado e mitificado por Lula. 5. Todos sabem que o ano de 2011 será um ano de desconforto social, com a economia crescendo metade da de 2010, com inflação acima da meta, especialmente nos alimentos, e os juros mais altos. Há ainda a economia europeia desacelerada, a crise nos países árabes e seus reflexos etc e tal. Esse desconforto social se acentuará com a menor capacidade de compensação pelos Estados e municípios, maior desemprego, alguma reversão de expectativas e muito maior assanhamento dos políticos da base aliada e da oposição. 6. E o imaginário popular, tão acostumado ao estilo anterior, vai suspirar nas esquinas: "Ah, com Lula isso não estaria acontecendo". Nesse momento, a popularidade de Dilma despencará. E Lula correrá em seu auxílio, piorando a situação. Como disse Bertolt Brecht: "Infeliz a nação que precisa de heróis". * * * REPRESSÃO PELA REPRESSÃO, COM EXIBIÇÃO, É INTIMIDAÇÃO, E ESTA LEVA À EXTORSÃO!
1. Há meses que este Ex-Blog vem chamando a atenção de que a vontade de exibição da repressão pela repressão abre as portas da intimidação e, esta, as da corrupção via extorsão. O exibicionismo do Choque de Ordem, que para alguns parecia sadismo (SAdismo), agora se vê que foi mais grave que isso. 2. (Globo-online, 18) MP: Oliveira usou milícia para se promover. Na denúncia do Ministério Público contra o delegado Carlos Oliveira e mais 19 pessoas, os promotores esclarecem que o policial militar aposentado Afonsinho, e seus filhos, os inspetores de polícia Christiano e Giovanni, eram responsáveis por arregimentarem informantes em favelas dominadas por traficantes para facilitar as operações do delegado Carlos Oliveira. O objetivo é que eles conseguissem dados que facilitassem as ações policiais comandadas pelo ex-titular da Delegacia de Repressão às Armas e Explosivos (Drae) e, dessa forma, o desse visibilidade na grande imprensa. 3. Com essa estrutura montada e a exposição na mídia, Oliveira visava uma "colocação em algum órgão estratégico", de acordo com a denúncia do MP. O documento acrescenta que as operações eram criadas também para que o bando se apropriasse de armas, munições e bens dos traficantes. * * * Trecho do longo texto de Rodrigo Lacerda, num exercício de ficção sobre Carlos Lacerda em sua morte- Ilustríssima- Folha de SP (20). "A política, ela própria, é tudo, menos constante. Adquire novas formas e novos sentidos a todo momento, e nos confronta com dilemas que nunca imaginamos existir, que dirá ter de enfrentar. Ela é pitoresca e cheia de intrigas, cômica, irônica e incompreensível, cruel e bizarra, humilhante, patética e surreal, injusta, dolorosa e deprimente, generosa, exigente e capaz de grandes realizações, irritante, ilusória e escapista." * * * "OS BRASILEIROS NÃO TÊM SOBRENOME"!
(Clarín, 21) José Manuel De la Sota, "el Gallego", enfrentará o senador Luis Juez e o deputado radical Oscar Aguad, na eleição para governador de Córdoba, Argentina. Durante 13 anos, o líder peronista trabalhou com publicitários brasileiros. Primeiro foi Duda Mendonça quem o levou ao poder em 1998. Quando Duda caiu em desgraça no Brasil, o substituiu João Santana, ex-sócio de Mendonça. Um assessor de De la Sota informou que "os brasileiros estiveram até fins de 2010. O último trabalho que fizeram foram as 'pintadas', 'José Manuel 2011', que eram muito coloridas. Mas sente que os brasileiros não têm sobrenome. São Lula, Dilma, Xuxa, Ronaldo. José Manuel parece um candidato carioca. Esse foi seu último trabalho. Agora estamos trabalhando com o argentino Ramiro Agulla". * * * LICITAÇÃO EM MARÇO PARA A TRANSMISSÃO DO BRASILEIRÃO PELA TV!
(K. Jimenez - Folha SP, 21) 1. Na última reunião da rede com o Clube dos 13, entidade que negocia o campeonato, na semana passada, a Globo pediu que levasse em conta não só as propostas financeiras das emissoras, como também a experiência na transmissão do Brasileirão. A Globo falou de sua estrutura na transmissão nacional dos jogos e da visibilidade que proporciona aos times e jogadores na programação. O canal também questionou a capacidade técnica dos concorrentes. 2. Uma estrutura simples que integra a transmissão de uma partida -uma unidade móvel com dozes câmeras e diretor-, envolve o gasto médio de R$ 50 mil. O custo operacional da transmissão de cada partida é de cerca de R$ 2,5 milhões. A Globo, por sua vez, disse ao Clube dos 13 que não estaria disposta a pagar R$ 500 milhões pelo evento, valor pretendido pela entidade. Na Record comenta-se que a proposta chegará perto. 3. O Clube dos 13 vai licitar o Brasileirão em março, em cinco plataformas (TV aberta, paga, celular, internet, pay-per-view), em esquema de envelopes fechados com propostas dos interessados. |
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