por José Dirceu

Mídia pressiona o Judiciário, mas atribui esta atitude aos réus

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sede do STF
Com maior intensidade nos últimos dias, particularmente nesse fim de semana, começou de novo a campanha da mídia contra os arrolados na Ação Penal 470 (AP-470) - o chamado "mensalão"  - em tramitação no Supremo Tribunal Federal.

 A parte da mídia que já nos condenou, não reconhece e não aceita nem a presunção da inocência nem o direito de defesa. Pior, faz sofisma: transforma a condenação moral em banimento da vida política e social.

 Conduz-se, e a suas reportagens, na linha de que o ônus da prova não cabe ao acusador, e o juiz não deve julgar com base no processo, nos autos, nas provas, nos fatos, mas sim ouvindo a chamada opinião pública ou o clamor popular,  já devidamente insuflados por esta mesma mídia.

Seguem o mesmo script, só mudam estratégia

 Já fizeram isso antes e, tudo indica, agora vão tentar a mesma estratégia com uma diferença - somos nós os acusados de pressionar o Supremo. Pressionam o judiciário, mas atribuem aos réus essa estratégia.

 Nosso direito de defesa e presunção da inocência, o de todos os arrolados nesta Ação, não vale nada. Para esta parte da imprensa, isto nada mais é do que pressão sobre a Corte Suprema.

Estou na direção do PT desde setembro de 2009, quando fui eleito. Tomamos posse em fevereiro de 2010, já há um ano. Mas minha presença no Diretório Nacional, na última reunião, é apresentada como reabilitação para pressionar o Supremo.

 Faço este trabalho político-partidário desde 2006

 Viajo pelo país desde 2006. Nunca deixei de dar palestras, fazer reuniões com partidos, governantes estaduais e municipais, empresários, aliados, personalidades, enfim com o mais amplo leque de pessoas representativas da cidadania e da sociedade.

 Mas, agora, minhas viagens este ano são apresentadas como uma campanha pela minha absolvição. Da mesma forma, uma reunião que fiz com dirigentes do PT para organizar essas viagens e informá-los sobre o andamento do processo, pela mídia virou pressão sobre o STF.

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