por Cesar Maia

Partidos [ e políticos] de cooptação

Ex-Blog do Cesar Maia

Cesar Maia

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1. Desde os anos 60 que o sociólogo Simon Schwartzman vem demonstrando que no Brasil não há partido de representação. Que, uma vez no poder, todos os partidos são de 'cooptação', ou seja, se parecem e passam a atrair seus competidores para a distribuição de poder. Ele dizia que uma razão do golpe de 64 era o risco que um partido de 'representação', como o PCB, empolgasse o poder.

2. A explosão de preços e juros, que antecederam a posse de Lula -ainda em 2002- deram razão a Schwartzman: vinha aí um partido de representação. Mas..., não veio. O PT no poder deu curso ao que se vê desde sempre na política brasileira: tornou-se um partido de 'cooptação'. E seus adversários, competidores e críticos de antes, passaram a conviver com ele no poder, de forma..., natural.

3. Se for assim, a recíproca é verdadeira. Ou seja, os partidos que perdem as eleições querem ser cooptados, querem usufruir do poder. Às vezes como partidos; às vezes como senadores, deputados federais, deputados estaduais, governadores, prefeitos e vereadores de partidos, antes adversários. E muito mais quando perdem eleições e não conseguem pensar em nada mais que estar na nova máquina para disputar, no futuro, novas eleições.

4. Certamente essa é a razão para que a oposição seja quase sempre frágil para enfrentar os governos, em todos os níveis. Mesmo quando esperneia, como foi o caso do PT, para depois, no governo, aderir à mesma lógica. Agora mesmo vemos isso ocorrer em nível federal, estaduais e municipais. "Com o PT transgenizado no poder, qual o melhor caminho para aderir?", pensam muitos. Vale, mesmo para aqueles que já estão na chamada base aliada, mas que querem estar nela com maior intimidade. E aí vem os 'jeitinhos': novos partidos, fusões... Antes era automático. Agora só dá mais um pouco de trabalho.

5. Claro que na hora de aderir, para não passarem vergonha, criam explicações e justificativas, e conflitos artificiais em partidos, e em todos os níveis. A mídia, na lógica universal da dramatização, destaca as explicações e críticas, e não as razões ocultas. E naqueles grupos ainda há os que não conseguem sobreviver à falta de crachá que, para esses, é sinônimo de recursos. Como dizia um deputado à espera de Obama no Theatro Municipal: "há 'deputados' que buscam recursos para fazer política; e há 'deputados' que buscam a política para fazer recursos". Uma pesquisa por evidências poderia medir as proporções.

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"AS VANTAGENS DE SER MEGALÔMANO"! E FALTAM OS DA AMÉRICA LATINA!

(David Brooks - The New York Times/La Nacion, 27) 1. O que buscam os megalômanos, como Kadafi, é controlar até o ultimo neurônio a mente de seus súditos e controlar todos e cada um dos aspectos de sua vida. Ocupam-se de destruir toda autoridade externa e a sociedade civil. Personalizam as instituições, para que, por exemplo, o exército exista para servir-se a si mesmo e não a nação. Não os acossa nenhuma dúvida, nem lhes preocupa a boa ou má opinião dos demais, pois já se sentem possuidores da verdade absoluta. Só os move seu desejo de cumprir sua "missão histórica mundial". A ideia de retirar-se pacificamente a algum local de verão não os motiva.

2. Tinha razão Jeane Kirkpatrick, quando alguns anos atrás fez a distinção entre ditaduras autoritárias e totalitárias: estas últimas são ao mesmo tempo mais nocivas e mais difíceis de desarticular. O descontrolado narcisismo de Kadafi parece ser a chave de sua sobrevivência no poder. Assim que recordem: para ser um tirano, melhor ser um louco.

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MAIS UM CONTRATO DA PODEROSA "FACILITY" PRORROGADO PELA PREFEITURA-RJ!

Processo N.º 01/004.082/2010 – AUTORIZO a prorrogação do Contrato CVL nº 010039/2010, celebrado com a FACILITY CENTRAL DE SERVIÇOS LTDA., cujo objeto é a "Contratação de empresa capacitada para executar a GESTÃO INTEGRADA DEINFRAESTRUTURA E APOIO OPERACIONAL do Centro de Gerenciamento de Crises e Operações Emergenciais do Município do Rio de Janeiro", no valor de R$ 5.201.309,00 (cinco milhões, duzentos e um mil, trezentos e nove reais), por mais 90 (noventa) dias, contados a partir de 27 de março de 2011, ou até a conclusão do procedimento licitatório referente ao processo administrativo nº01/004.151/2010, conforme previsto na Cláusula Sétima – Do Prazo, do respectivo Instrumento.

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E O EGITO?

1. O Egito fará realizar eleições parlamentares em setembro, que deverão ser seguidas de eleições presidenciais em período ainda não revelado. Ademais, deverá ser suspenso o estado de emergência, que vigorou durante todo o governo de Mubarak e que permite à polícia realizar prisões sem acusações formais, mas também não se comunicou quando isso ocorrerá.

2. Portanto, há um mapa do caminho, que não surpreendeu ninguém, mas ainda não foram definidos os tempos de sua aplicação. Os militares egípcios são prudentes e devem querer sair da cena política com todas as garantias possíveis para o país e para eles próprios. Seria um desastre de proporções colossais, por exemplo, se os Irmãos Muçulmanos, que são a formação política melhor organizada do país, chegassem ao poder, ainda que debaixo dos disfarces do modelo turco.

3. O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, anunciou sua candidatura ao pleito presidencial e disse preparar o lançamento de sua campanha. Moussa, que fará 75 anos em 2011, fez carreira como diplomata, tendo sido Chanceler e representante permanente do Egito nas Nações Unidas. Ainda não parece ser o líder ideal para o Egito, mas é o único à vista no momento.










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