[...] Empregada doméstica
Se existe uma herança da escravatura, esta se retrata e se define nas relações das donas-de-casa com as empregadas domésticas que, de certa maneira, lembram as entretidas entre a senhora da casa grande e as habitantes da senzala. Até um dia destes, esse trabalho ininterrupto, dia e noite, sem hora de descanso, era remunerado com a dormida num dos vãos da casa e com alimentação diferente da consumida pelos patrões, pelos senhores. E, muita vez, como as antigas escravas, eram pasto dos apetites sexuais dos patrões e dos filhos dos patrões. Se engravidavam, azar delas: seu caminho era o da rua e, depois disso, da prostituição.
Made in Paraguai
"O Estado de S. Paulo" registrou que as madames paulistanas descobriram nova fonte de domésticas e não são mais as nordestinas que nos últimos oito anos se libertaram da miséria. São moças paraguaias, em troca de casa e baixo salário.
Oportunidades
Com a urbanização do País, criaram-se na cidade oportunidades de emprego para moças pobres e muitas delas fizeram cursos de especialização em algum ofício e se tornaram cabeleireiras ou massagistas, livrando-se da condição de choferes de fogão. Passaram a vender seus serviços ao mercado, com remuneração condigna, sem dúvida alguma, superior às pagas às empregadas domésticas que ninguém mais quer ser.
Mídia reconhece
A grande imprensa tentou ignorar o problema da escassez de mão-de-obra para tarefas de casa que de princípio se deveu aos baixos salários. Depois verificou que não faltavam braços. É que as pessoas, mesmo as mais humildes, não querem exercer funções nas casas de família, sem o pleno exercício de seus direitos trabalhistas, a começar do salário recebido e do horário de trabalho a ser cumprido. Verificou-se que não falta quem queira trabalhar. Falta quem se sujeite ao tratamento antigo, dispensado às escravas.
Negras
Como tenho a impressão de que tal oferta de mão-de-obra paraguaia vai se esgotar logo, por que não recorrer à África, como no passado. A solução vai ser importar negras que não mais virão amontoadas em porões de navios para a humilhação da senzala, mas que aceitarão muitos sacrifícios, pela subsistência.
Mais creches
Como todo o mundo quer trabalhar em fábricas, escritórios, salões de beleza, com quem deixarão os filhos? Não podem trancá-los em casa durante o expediente, senão a TV e a Polícia dão em cima e pintam as trabalhadoras como criminosas. Por isso, reclamo do governo federal e do governo municipal de Fortaleza que multipliquem creches oficiais para que as mães pobres tenham condições de trabalhar sossegadamente.
Direito
A creche oficial, para as mães pobres, que precisam trabalhar, é uma exigência da mudança social do País. Porque a família antiga, em que a mãe ou avó ficava em casa, sem ter o que fazer, também mudou. Ela está precisando ir à luta, como as filhas, em busca de sustento. Então, a saída reside em entregar os herdeiros ao governo, na esperança de que ele deles bem cuide para que as mães possam dar expediente, em seu trabalho, sem angústias nem preocupações com os herdeiros.
Made in Paraguai
"O Estado de S. Paulo" registrou que as madames paulistanas descobriram nova fonte de domésticas e não são mais as nordestinas que nos últimos oito anos se libertaram da miséria. São moças paraguaias, em troca de casa e baixo salário.
Oportunidades
Com a urbanização do País, criaram-se na cidade oportunidades de emprego para moças pobres e muitas delas fizeram cursos de especialização em algum ofício e se tornaram cabeleireiras ou massagistas, livrando-se da condição de choferes de fogão. Passaram a vender seus serviços ao mercado, com remuneração condigna, sem dúvida alguma, superior às pagas às empregadas domésticas que ninguém mais quer ser.
Mídia reconhece
A grande imprensa tentou ignorar o problema da escassez de mão-de-obra para tarefas de casa que de princípio se deveu aos baixos salários. Depois verificou que não faltavam braços. É que as pessoas, mesmo as mais humildes, não querem exercer funções nas casas de família, sem o pleno exercício de seus direitos trabalhistas, a começar do salário recebido e do horário de trabalho a ser cumprido. Verificou-se que não falta quem queira trabalhar. Falta quem se sujeite ao tratamento antigo, dispensado às escravas.
Negras
Como tenho a impressão de que tal oferta de mão-de-obra paraguaia vai se esgotar logo, por que não recorrer à África, como no passado. A solução vai ser importar negras que não mais virão amontoadas em porões de navios para a humilhação da senzala, mas que aceitarão muitos sacrifícios, pela subsistência.
Mais creches
Como todo o mundo quer trabalhar em fábricas, escritórios, salões de beleza, com quem deixarão os filhos? Não podem trancá-los em casa durante o expediente, senão a TV e a Polícia dão em cima e pintam as trabalhadoras como criminosas. Por isso, reclamo do governo federal e do governo municipal de Fortaleza que multipliquem creches oficiais para que as mães pobres tenham condições de trabalhar sossegadamente.
Direito
A creche oficial, para as mães pobres, que precisam trabalhar, é uma exigência da mudança social do País. Porque a família antiga, em que a mãe ou avó ficava em casa, sem ter o que fazer, também mudou. Ela está precisando ir à luta, como as filhas, em busca de sustento. Então, a saída reside em entregar os herdeiros ao governo, na esperança de que ele deles bem cuide para que as mães possam dar expediente, em seu trabalho, sem angústias nem preocupações com os herdeiros.
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